Comunidade Paiter Suruí inicia formação em produção de chocolate de origem na Terra Indígena Sete de Setembro

Começou no dia 13 de outubro, na Terra Indígena Sete de Setembro, o treinamento do Laboratório Criativo da Amazônia, iniciativa que busca capacitar o povo Paiter Suruí na produção de chocolates e cupulates de alto valor agregado, feitos a partir de matérias-primas nativas da floresta.

A formação faz parte de um projeto que aposta na bioeconomia como ferramenta de autonomia produtiva para povos indígenas, unindo saberes tradicionais com tecnologias de processamento e beneficiamento de alimentos da floresta. Durante quatro semanas, os participantes aprenderão todo o ciclo de produção  da fermentação das amêndoas ao empacotamento do produto final utilizando equipamentos modernos instalados no próprio território.

As oficinas estão sendo conduzidas por profissionais especializados em chocolate amazônico, que orientam os cursistas no aproveitamento do cacau nativo e do cupuaçu, espécies tradicionais da região. Além das etapas técnicas, o treinamento inclui noções de negócios, identidade de marca e estratégias de comercialização, preparando a comunidade para atuar não apenas na produção, mas também no mercado.

A iniciativa representa um movimento inédito de agregação de valor dentro da própria terra indígena, evitando a saída da matéria-prima sem processamento e fortalecendo a geração de renda local. Para a liderança Paiter Suruí que acompanha o projeto, o curso marca um avanço importante: transformar o conhecimento ancestral sobre a floresta em oportunidades econômicas que mantenham o território preservado e habitado.

O Laboratório Criativo da Amazônia já passou por outras comunidades da região Norte, levando a mesma proposta de capacitação em cacau e cupuaçu. A edição realizada no território Paiter Suruí ocorre em um momento de atenção global às pautas ambientais, especialmente com a aproximação da COP30, em Belém. O projeto aposta no fortalecimento da bioeconomia como alternativa de desenvolvimento que respeita a floresta e seus guardiões tradicionais.

Redação Tribuna Popular