
Depois da operação que tirou produtores rurais da Linha 106, em Alvorada do Oeste, agora é a vez dos agricultores do Projeto de Assentamento Jaru-Aru, no distrito de Tarilândia, começarem a receber notificações para deixar suas terras. A área fica a cerca de 50 km de Jaru, e as famílias vivem lá há mais de 40 anos, com documentos emitidos pelo Incra. Mesmo assim, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a região faz parte da terra indígena Uru-Eu-Wau-Wau, e todos terão que sair.
Ao todo, 74 famílias moram e produzem no local. A maioria tem cerca de 50 hectares, onde planta café, cria gado leiteiro e trabalha com agricultura familiar, movimentando a economia da comunidade. Agora, com as notificações, cresce o medo de que aconteça ali o mesmo que ocorreu em Alvorada: desocupação com destruição de casas, lavouras e currais.
Muitos moradores estão desesperados, com medo de perder o que levaram a vida inteira para construir. Já existem relatos de pessoas entrando em depressão, sem saber o que fazer ou para onde ir, caso tenham que deixar tudo para trás.
Os agricultores dizem que sempre viveram de forma legal, pagam impostos e possuem títulos definitivos de posse, mas mesmo assim estão sendo tratados como invasores. Eles pedem que o governo reveja a situação e busque uma saída pacífica, sem expulsão e prejuízo para as famílias que produzem e dependem da terra para sobreviver.
Redação Tribuna Popular






