Terça-feira, 18 de novembro de 2025


Pilhas de dinheiro apreendidas e 7 banqueiros presos



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A Polícia Federal apreendeu pilhas de dinheiro na residência de Augusto Ferreira Lima, ex-CEO do Banco Master, durante operação realizada nesta terça-feira (18) em São Paulo. A ação integra a Operação Compliance Zero, que investiga um esquema de criação e comercialização de títulos de crédito sem lastro.

A operação resultou na prisão de sete pessoas – quatro preventivas e duas temporárias. As autoridades também bloquearam R$ 12,2 bilhões em contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas ligadas ao esquema. Além do dinheiro, foram apreendidos carros de luxo, obras de arte e relógios de alto padrão.

Entre os detidos estão:

– Daniel Bueno Vorcaro, presidente do Banco Master.

– Luiz Antônio Bull, diretor de Riscos, Compliance e Operações.

– Alberto Felix de Oliveira Neto, superintendente executivo de Tesouraria.

– Ângelo Antônio Ribeiro da Silva, sócio da instituição.

– Augusto Ferreira Lima, ex-CEO do Master.

– Henrique Souza e Silva Peretto, sócio da Cartos FintechCarga.

– André Felipe de Oliveira Seixas Maia, diretor da Tirreno e possui participação na Cartos FintechCarga.

A prisão de Vorcaro ocorreu quando ele tentava embarcar em uma aeronave particular no Aeroporto de Guarulhos. A PF investiga se ele planejava deixar o país.

A autoridade monetária também implementou um regime de administração especial temporária no Banco Master Múltiplo, com duração de até 120 dias, afastando imediatamente os dirigentes da instituição.

O conglomerado de Vorcaro acumulava R$ 86,3 bilhões em ativos, o maior volume financeiro já envolvido em um processo de liquidação na história do sistema financeiro brasileiro.

As investigações começaram em 2024, após solicitação do Ministério Público Federal, quando o Banco Central identificou evidências de que o Master teria criado carteiras de crédito “inexistentes” e vendido esses títulos para outra instituição financeira.

A PF investiga possíveis crimes como gestão fraudulenta, gestão temerária, lavagem de dinheiro e organização criminosa relacionados às atividades do grupo.

A operação aconteceu menos de 24 horas após a Fictor Holding Financeira anunciar a compra do Banco Master, em parceria com investidores dos Emirados Árabes Unidos, com promessa de aportes de R$ 3 bilhões.

Com a liquidação extrajudicial decretada pelo Banco Central, qualquer negociação envolvendo a instituição foi suspensa, interrompendo o processo de venda anunciado.

(Jornal da Cidade Online)

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