Coluna O Briefing – Ponto de Virada: Por Que a Reforma Tributária Torna a Formalização Mais Urgente do que Nunca

Por MAYCON MARQUES KLIPPEL

A Reforma Tributária do Consumo, estruturada pela Emenda Constitucional Nº 132/2023 e em vias de plena implementação até 2033, representa mais do que uma mudança de impostos; é um convite direto à formalização para milhões de micro e pequenos empreendedores no Brasil.

Com a criação do IVA Dual (CBS e IBS) e a manutenção do Simples Nacional, a nova legislação estabelece um contraste gritante entre o futuro promissor do empreendedor formalizado (MEI) e a precariedade do trabalhador informal, agora personificado na nova figura do Nanoempreendedor.

 

O Dilema do Nano: Dispensa Versus Direitos

A Lei Complementar Nº 214/25 introduziu o Nanoempreendedor: uma pessoa física, sem CNPJ, dispensada do recolhimento de IBS/CBS se faturar até R$ 40.500,00 anuais. À primeira vista, a dispensa de imposto pode parecer atraente. No entanto, essa “facilidade” esconde uma desvantagem estrutural severa:

Ausência de Previdência: O Nanoempreendedor não contribui para a Aposentadoria e, consequentemente, não tem suporte a nenhum benefício previdenciário.

Acesso Limitado: Ele não pode ser contratado pela Administração Pública, perdendo um mercado consumidor relevante e estável.

Risco de Invisibilidade: Por ser Pessoa Física e não emitir Nota Fiscal, seu volume de negócios ainda exige regulamentação por meio do CPF, dificultando a prova de renda e o acesso a crédito.

O Nanoempreendedor é, essencialmente, a consolidação da informalidade, mas com as novas regras tributárias, esse caminho se torna insustentável a longo prazo.

 

O MEI: A Porta de Entrada com Vantagens Ampliadas

Em contrapartida, o Microempreendedor Individual (MEI) surge como a solução inteligente e estratégica para absorver essa nova realidade.

O MEI é uma Pessoa Jurídica com CNPJ e desfruta de benefícios cruciais que a informalidade ignora:

1. Segurança Social Completa: O MEI possui direitos a benefícios previdenciários, incluindo aposentadoria por idade, garantindo a segurança social que a informalidade nega.

2. Mercado Aberto: Pode vender e prestar serviços para a Administração Pública e tem acesso a melhores condições na aquisição de veículos e planos de saúde.

3. Vantagem Tributária Estratégica: O MEI, como optante do Simples, poderá escolher o regime de recolhimento de IBS/CBS mais vantajoso para o seu negócio:

  • Vende direto ao consumidor? Opte pelo IBS/CBS por Dentro do Simples (alíquota reduzida).
  •  Vende para outras empresas? Opte pelo BS/CBS por Fora do Simples (permite apropriação de créditos).

Além disso, estudos do Sebrae indicam que a simples formalização como MEI gera um aumento de renda do empreendedor em até 25%.

 

Obrigatoriedade Fiscal em 2027: Não Haverá Mais Onde se Esconder

A partir de 2027, todos os MEIs serão obrigados a emitir Nota Fiscal em todas as suas operações, inclusive para pessoas físicas. Este é um sinal claro: a formalização será a regra, e o MEI já estará adaptado.

A informalidade, já precária, se tornará inviável. Abrace o MEI. Ele é o regime que não só sobrevive à Reforma Tributária, mas que a utiliza como ferramenta de crescimento, gerando mais emprego e renda para o nosso País.

*Formalize-se. O futuro do seu negócio depende disso.



Mais notícias sobre cidades de Rondônia

Alero aprova projeto que restabelece contagem de tempo de serviço a magistrados e servidores do TJRO

Proposta autoriza o cômputo do tempo de serviço prestado durante a pandemia para todos os efeitos legais.   A medida alcança magistrados e servidores (Foto: Ascom...
[td_block_8 category_id="1090" limit="6"][td_block_6 category_id="1139" limit="4"][td_block_8 category_id="1080" category_ids="Destaques" limit="16"]

Defesa de Bolsonaro prepara novo recurso ao STF para tentar reverter condenação

O primeiro recurso, um embargo de declaração, foi rejeitado por unanimidade pela Primeira Turma do STF Foto: Antonio Augusto/STF A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)...