
OPERAÇÃO POLICIAL
No decorrer desta semana, a Polícia Federal, com o apoio do Tribunal de Contas de Rondônia, realizou a Operação Linha Torta, cuja finalidade é investigar possíveis irregularidades ocorridas no Instituto de Pesos e Medidas de Rondônia (IPEM). As irregularidades teriam acontecido num contrato feito sem licitação e que tinha o objetivo de comprar cartilhas informativas. A operação cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em endereços de Rondônia e também no estado de São Paulo, além de uma decisão judicial que determinou o bloqueio de bens dos investigados. Entre os investigados pela Operação Linha Torta, estaria Francisco Carlos de Oliveira Albuquerque, irmão do deputado estadual Marcelo Cruz. Albuquerque era o o presidente do IPEM até o mês de maio, quando foi exonerado do cargo. Segundo as informações divulgadas até este momento, houve um superfaturamento de preços que representa 23 vezes o valor de mercado das cartilhas, sendo que a soma total do contrato seria de quase 4 milhões de reais. Certamente a investigação terá seguimento e todos os acusados poderão apresentar suas defesas.
SÉRGIO GONÇALVES
O clima de tensão entre o governador Marcos Rocha e seu vice, Sergio Gonçalves deve ser amenizado nos próximos dias, depois que o vice-governador participou de uma live e acenou com a possibilidade de uma trégua entre ele e o titular do cargo. Na prática, o cenário de intrigas, faltando poucos meses para o inicio de decisões importantes relacionadas com a eleição de 2026, não traz benefícios para nenhum dos envolvidos, visto que todos eles possuem projetos políticos que necessitam ser conduzidos com a harmonia que se espera de governantes políticos. O governador Marcos Rocha tem o nome cogitado entre os prováveis candidatos ao Senado Federal, enquanto seu vice anunciou que pretende ser candidato a governador de Rondônia. A disputa por espaço de poder entre ambos, compromete totalmente os projetos deles próprios e de seus aliados, como também a possível formação de alianças, já que diversos partidos políticos se preparam para as eleições e podem se tornar eventuais aliados de palanque. Desde que foi travada a guerra no centro do poder estadual, várias pessoas já foram exoneradas de seus cargos, entre elas o próprio vice-governador, que ocupava a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do estado.
PRIMEIRA-DAMA
Além do governador do estado, citado entre os nomes que podem ser candidatos a senadores, existem outras pessoas que fazem parte do grupo político liderado por ele e que teriam muito a perder com a briga. Diversos veículos de imprensa do estado já anunciaram que a esposa do governador, Luana Rocha, também estaria se preparando para disputar uma cadeira na Câmara Federal. Caso os conflitos entre governador e vice sejam prorrogados, existe a possibilidade de uma decisão do governador de permanecer no cargo, para não abrir espaço e aumentar o poder de fogo do vice-governador. Se isto acontecesse, a primeira-dama seria apanhada pela inelegibilidade reflexa, prevista no Art.14 da Constituição Federal, e ficaria impedida de participar das eleições. Casos semelhantes envolvendo outros aliados políticos do governador não ficariam descartados, já que há diversos assessores do coronel que também pensam em disputar eleições e que teriam seus projetos comprometidos, considerando que disputar uma eleição com o apoio do aparato do governo é bem diferente de ficar de fora desse cenário de apoio, porque diminui muito a vitrine eleitoral.
VEREADORES DA CAPITAL
Os bastidores políticos da capital de Rondônia ficaram bem agitados essa semana. Isso tudo por causa de alguns áudios vazados que são considerados por alguns analistas, e muitos eleitores que foram às redes sociais, como uma suposta negociação sobre a autorização de um empréstimo de R$ 180.000.000,00. O vazamento dos áudios contém vozes identificadas como sendo a vereadora Sofia Andrade e o vereador Bruno Mendes, que costuma usar um letreiro com a inscrição “Fiscal do Povo”. No áudio, Sofia Andrade afirma que todos os vereadores dentro da Câmara de Porto-Velho possuem um valor. As declarações, por si sós, não significam que a vereadora do PL tenha se vendido ou que negociava o recebimento de valores, mas as interpretações que surgiram nas redes sociais são diversas. Isso tudo acontece porque a vereadora surgiu na vitrine exatamente usando as redes sociais para fazer inúmeros discursos de moralidade e dizer que não aceita a forma como o “sistema” funciona no país. Esse estilo tem provocado o surgimento de muitos políticos eleitos que, quando assumem o mandato, normalmente não sabem muito bem o que fazer e seguem proferindo discurso vazios.
REUNIÃO PRIVADA
Em uma sessão dos vereadores da capital, ocorrida logo após o vazamento dos áudios, a vereadora Sofia Andrade fez um discurso no qual demonstrou estar indignada e disse que foi traída, porque a reunião que discutia o empréstimo de 180 milhões de reais era uma “reunião privada”. Reunião privada nas dependências da Câmara Municipal? Não existem reuniões privadas em uma câmara municipal, além do que a discussão envolvia um empréstimo de 180 milhões de reais para uma prefeitura que, pouco tempo atrás, fez um empréstimo de 300 milhões. Valores estratosféricos como estes devem ser discutidos em audiências públicas, preferencialmente com a presença de pessoas de todos os segmentos da sociedade. A Câmara de Porto-Velho pode até ter essa tradição de reuniões privadas, mas isso não faz sentido dentro do poder legislativo. As reclamações da vereadora, quanto ao vazamento dos áudios também não se justificam, porque qualquer pessoa, por mais inocente que seja, sabe que no mundo atual, qualquer reunião pode ser gravada e não há meios seguros de impedir que isso aconteça. Não dá para dizer que a vereadora se vendeu ou tentou se vender, mas querer dizer que reuniões de vereadores com secretários devem ser privadas não tem a menor graça.
TARIFAÇO AMERICANO
Muitos produtores do estado de Rondônia estão preocupados com a decisão do governo dos Estados Unidos de impor ao Brasil a tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros. Entretanto, a situação de Rondônia, até este momento não foi afetada, já que os produtos do nosso estado, em sua grande maioria, são exportados para outros países, entre eles a China. Segundo o presidente americano, as tarifas passam a valer a partir de 1º de agosto, mas há uma possibilidade muito grande de um recuo americano. Este recuo, ao contrário do que muita gente pensa, não será o resultado da boa vontade do governo dos Estados Unidos, mas de uma grande mobilização que já começa a ser feitas pelos empresários americanos. A taxação pode criar enormes dificuldades para as empresas americanas que dependem de produtos brasileiros e ter como consequência o aumento da inflação naquele país. Isto é um fato que irrita os empresários americanos, inclusive aliados de Donald Trump, e também a população, que não deseja pagar preços mais altos. Esse conjunto de fatores pode ser decisivo para frear o ímpeto de Trump e devolver a tranquilidade aos milhões de produtores brasileiros, entre eles os rondonienses.
CONCURSO DA SEDUC
Desde o início deste ano, a Secretaria de Estado da Educação informou, por diversas vezes, que faria um concurso público para a contratação de novos professores e técnicos, e que o edital do concurso seria publicado no mês de julho. Desde o primeiro mandato do governador Marcos Rocha, o estado adotou a mania de fazer contratos temporários e já existe até mesmo uma norma que contrata os voluntários da educação, pessoas que prestam serviços e recebem bem menos do que um salário mínimo. Caso o concurso não seja realizado, os problemas vão aumentar muito na estrutura da SEDUC, porque centenas de profissionais da educação foram aposentados nos últimos anos, o que representa uma carência muito grande de profissionais. Outro grande problema da falta de concurso é que muito professores que são contratados no regime emergencial acabam sendo lotados para dar aulas em áreas que não possuem nenhuma relação com a área de formação desses professores. Há pessoas formadas em História dando aulas de inglês; pessoas formadas em Biologia dando aulas de Artes e outras situações semelhantes. Isso causa sérios prejuízos à qualidade do ensino, aos índices do estado e aos estudantes.
CONHECENDO A REALIDADE
O vice-prefeito de Cacoal, Tony Pablo, realmente demonstra muito interesse em conhecer de perto os detalhes de diversas pastas mais complexas da administração municipal. Embora ele tenha larga experiência no universo jurídico, há casos que ele precisa ouvir diversos profissionais diferentes e buscar entender a fundo a realidade. No campo da educação, por exemplo, ele tem conversado com diversos profissionais da rede municipal e até mesmo federais ou estaduais, visando compreender a complexidade da educação no município e principalmente quais são os caminhos que podem ser seguidos para garantir que a qualidade da educação em Cacoal não sofra novos abalos. O vice-prefeito está coberto de razão, neste sentido, porque muitas pessoas próximas ao prefeito Adailton Fúria já dão como certa a renúncia do prefeito, no início do próximo ano, em razão do cumprimento da legislação eleitoral, já que Fúria declarou ser pré-candidato ao governo de Rondônia. Com uma provável renúncia do prefeito, Tony Pablo vai precisar estar bem informado sobre a situação das diversas secretarias, porque ele terá uma missão muito difícil pela frente. A iniciativa de buscar entender como estão as coisas com antecedência revela a boa vontade de vice-prefeito em garantir que a população ficará bem assistida, caso ele assuma a titularidade.
HOSPITAL MUNICIPAL
Essa semana, o prefeito de Cacoal usou as redes sociais para informar que estaria em Brasília, numa reunião com o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Segundo o prefeito, a audiência com o ministro foi encaminhada pelo senador Confúcio Moura e que a pauta seria a discussão sobre a liberação de recursos para a retomada da obra do Hospital Municipal de Cacoal, na região do Greenville. Durante a fala que fez no vídeo, o prefeito comentou que seriam necessários cerca de 28 a 30 milhões de reais para resolver a situação da obra. Ele disse, ainda, que apresentaria ao ministro a planilha com os números e que esperava ter uma resposta positiva. Como o senador Confúcio Moura tem sido o grande articulador da transferência de recursos para as principais obras de infraestrutura em Rondônia, é possível que o prefeito de Cacoal volte com uma boa notícia para a população, já que o senador de Ariquemes tem fácil acesso aos ministérios em Brasília, visto que faz parte do bloco político de aliados do governo Lula. Além disso, como é médico, certamente Confúcio Moura sabe da importância de haver um hospital desse tipo em Cacoal, já que, além de Porto-Velho, é considerado pelo governo estadual como o Polo 2 de saúde de Rondônia.




















