CACOAL: AS FRONTEIRAS, AS URNAS E OS GENERAIS…
As Forças Armadas do Brasil já viveram momentos históricos e certamente nunca foram tão expostas politicamente e negativamente como nos últimos três ou quatro anos. Isso é péssimo para instituições que possuem atribuições específicas, mas que vivem a lamentável situação de atuarem como jagunços de políticos desordeiros. O papel desempenhado pelo general Paulo Sérgio Nogueira, como ministro das urnas eletrônicas certamente causa muita vergonha para os militares de verdade que fazem parte das fileiras da Marinha, Exército e Aeronáutica. Que papel vexatório! Que coisa ridícula!!! O Ministério da Defesa abandonou as atribuições constitucionais para servir de chacota mundial. E o que tem a ver a vexatória atuação do general com a realidade de Rondônia? Tudo a ver! Absolutamente tudo! Rondônia é um estado que faz fronteira com a Bolívia e serve de corredor para o transporte de toneladas e toneladas de drogas e armas, enquanto o ministro brinca de ser formiguinha eleitoral…
O general Paulo Sérgio Nogueira provavelmente não sabe as atribuições do Ministério da Defesa e a importância que tem essa pasta funcionar com eficiência. É melhor imaginar que ele não saiba, porque, se souber, a situação é muito pior. O Ministério da Defesa possui como principal atribuição a proteção das fronteiras do país. Proteção contra inimigos estrangeiros. As Forças Armadas deveriam estar ajudando a Polícia Federal brasileira no combate ao tráfico de drogas, contrabando de armas e outros delitos muito graves, que acontecem todos os dias nas fronteiras. Basta buscar na imprensa todas as publicações que falam de apreensões de drogas em Rondônia, nos últimos anos. São 500 quilos; 300 quilos; 600 quilos; 100 quilos… Isso virou rotina em Rondônia. E não é só isso. É muito comum aparecer na imprensa a prisão de pessoas e apreensão de drogas ou armas em outros estados, mas que possuem origem de Rondônia. E por que essas coisas aumentaram nos últimos anos? Porque faz três ou quatro anos que o Ministério da Defesa abandonou completamente suas atribuições e se transformou num comitê eleitoral dos políticos que controlam as Forças Armadas. Esse general Paulo Sérgio terá lugar garantido na lata de lixo da história, quando deixar esse cargo. É óbvio que os generais corretos ficam calados e certamente voltarão a falar somente no próximo ano. A impressão que fica é a de que existem somente generais picaretas nas Forças Armadas, mas não é verdade. O problema é que atualmente os picaretas possuem palanque garantido…
Há décadas, a Polícia Federal atua na fiscalização das eleições no Brasil. Nunca houve problema. E as Forças Armadas também atuam e sempre tiveram papel muito claro e muito bem definido. As Forças Armadas atuam na logística das eleições, especialmente no transporte de urnas, equipamentos e pessoas para lugares distantes do setor urbano em muitas cidades brasileiras. Em estados como Rondônia, Acre, Amazonas, Pará, Roraima e Amapá, por exemplo, existem centenas de cidades e distritos cujo acesso não é muito fácil. Nestes casos, é possível o uso de aeronaves, barcos e outros meios para facilitar a realização das eleições. Isto é tudo! Não existe nenhuma atribuição do Ministério da Defesa na fiscalização de urnas eletrônicas. É absurdo, também, alguém imaginar soldados em cabines de votações filmando eleitores. Como que pode uma pessoa defender esse tipo de ideia? E como que pode esse tipo de ideia encontrar eco na sociedade? Somente uma pessoa muito doente mental acredita que há lógica nesse tipo de vexame. E não vale o general Paulo Sérgio dizer que está trabalhando como formiguinha de partido político, porque não tem o que fazer no ministério. Tem, sim! Claro que tem! O problema é que ele, além de exercer a vassalagem e envergonhar os militares de verdade, é um general que não possui brio. Dom Quixote de La Mancha era muito menos estúpido do que esse ministro das urnas eletrônicas.
O túmulo de Golbery do Couto e Silva deve tremer, todas as vezes que o ministro Paulo Sérgio Nogueira defeca na imagem das Forças Armadas. Claro que a intenção aqui não é defender Golbery, porque sou totalmente contrário a tudo que ele fez e queria fazer. Mas não posso dizer que ele era um general desse tipo excremento, como Paulo Sergio Nogueira. Esse atual ministro da defesa não serviria sequer como recruta para militares como Golbery do Couto e Silva, Leônidas Pires Gonçalves, Jarbas Passarinho e outros… Como militar da reserva do Exército Brasileiro, tenho vergonha desse general Paulo Sérgio, pelo papel ridículo que ele desempenha de mamulengo da corrupção. O próprio Castelo Branco, que também era cearense como Paulo Sérgio, certamente teria vergonha de ver essa atuação vexatória do general das urnas eletrônicas. Paulo Sérgio não tem capacidade sequer para comandar uma missão de pintura de meio-fio e de tronco de árvores, função que o Exército Brasileiro desempenhava muito bem, antes de virar comité de partidos políticos.
O leitor menos atento pode imaginar que sou inimigo do EB. Claro que não! Eu fiz parte do EB. Que fique bem claro: eu fui militar do Exército Brasileiro, tenho amigos e parentes na instituição, mas considero muito desonestos todos os generais que ocupam cargos políticos atualmente no país e defendem o extremismo e o fascismo. As urnas eletrônicas não possuem defeitos, mas os generais da vassalagem são um vexame… Tenho dito!!!!!
FRANCISCO XAVIER GOMES
Professor da Rede Estadual e Jornalista