DETECTORES DE METAIS
Quando aconteceu aquela tragédia em Santa Catarina, ocasião na qual um homem entrou numa creche e matou friamente quatro crianças, os deputados estaduais de Rondônia aprovaram diversos projetos para obrigar o governo de Rondônia a instalar detectores de metais em todas as escolas públicas do estado. Todos os projetos relacionados ao tema foram vetados integralmente pelo governador Marcos Rocha, visto que o governo alegou vícios de iniciativas. Como os projetos tinham em seu teor a previsão de gastos de altos valores e não apresentavam nenhuma planilha indicando de onde viriam os recursos, realmente eram passíveis de veto. Entre esses projetos, havia um de autoria do deputado Cássio Góis e outro do deputado Camargo. Após o veto do Executivo, os projetos ficaram parados nas comissões da Assembleia Legislativa e nunca tiveram parecer de nenhuma comissão. Esta semana a Assembleia Legislativa colocou ambos os projetos na pauta de votação. Os deputados declararam que mesmo sabendo que as matérias são inconstitucionais, votariam pela derrubada do veto governamental. Resta saber se o governo vai aceitar as ilegalidades das matérias ou vai adotar novas medidas jurídicas para barrar a decisão dos deputados.
VOTOS DIVERGENTES
Durante as discussões referentes aos projetos, os deputados Alan Queiroz, líder do governo, e Cirone Deiró, afirmaram que reconheciam a necessidade de adotar medidas de seguranças em relação à educação, mas que votariam contrários às matérias em razão das ilegalidades apontadas pelo executivo, ao vetar os projetos. Ainda que o governo resolva atender aos apelos dos deputados e aceitar a derrubada dos vetos, dificilmente os equipamentos serão instalados nas escolas, mesmo porque, em muitos casos, não faria nenhum sentido, já que em Rondônia existem muitas escolas que não possuem nem muro. Talvez os deputados estaduais tenham a necessidade de buscar conhecer mais de perto a realidade de dezenas de escolas estaduais, para poderem apresentar propostas mais viáveis. É claro que a segurança de alunos, profissionais e outras pessoas que frequentam as unidades escolares é importante, mas todas as propostas apresentadas na Assembleia Legislativa, dias após a tragédia em Santa Catarina, tinham apenas a finalidade de “dar uma resposta” para a sociedade, embora as “respostas” apresentadas não atendam os requisitos legais ou logísticos.
POLÍCIA CIVIL DE OLHO
Esta semana, aconteceu uma operação policial no município de candeias do Jamari, que fica localizado a cerca de 20 quilômetros de Porto-Velho. Segundo as informações prestadas pelas autoridades da Polícia Civil de Rondônia, foram encontrados indícios de que pode estar havendo na administração de Candeias o cometimento de atos ilegais para a prática de lavagem de dinheiro e aquisição de bens, por parte de políticos do município. O prefeito foi preso e as investigações seguem, com o objetivo de apurar todos os fatos. Candeias do Jamari não é o único município de Rondônia onde o prefeito á alvo de denúncias. Diversos outros municípios do estado divulgam diariamente denúncias graves sobre as administrações atuais. Algumas dessas denúncias são relacionadas a favorecimento de empresas, desvios de recursos públicos, falta de merenda e outros itens. Em geral, os vereadores em muitas dessas cidades são controlados politicamente pelos prefeitos e ficam proibidos de apurar os fatos. A interferência da Polícia Civil de Rondônia e do Ministério Público, muitas vezes, é a única solução para barrar os atos que prejudicam os cofres públicos e população. Com a operação ocorrida em Candeias do Jamari, a Polícia Civil indica que está de olho nos políticos acusados de fraudar o erário e a possibilidade de operações semelhantes em outros municípios não pode ser descartada.
EX-VEREADORES SUMIDOS
Como as eleições de 2024 se aproximam, tem sido muito comum, em rodas de conversas, as pessoas perguntarem por onde andam os ex-vereadores de Cacoal. Eles disputaram as eleições de 2020, foram derrotados nas urnas e sumiram da cidade. Mesmo assim, vários ex-vereadores se preparam para voltar às disputas eleitorais nos próximos anos. Com o grande desgaste e a frágil produção dos atuais vereadores, é muito provável que os ex-vereadores tenham muita munição para usar na campanha eleitoral do próximo ano, porque os atuais vereadores foram eleitos dizendo que mudariam a realidade da cidade e que fariam uma legislatura produtiva e em defesa da população. Até o momento, a Câmara de Cacoal tem produzido muito mais confusão e escândalos do que ações em prol da população, embora os vereadores tenham a mania de dizer que são elogiados em todos os lugares que frequentam em Cacoal. Talvez os vereadores digam isso porque eles não devem ter frequentado, nos últimos meses, as escolas rurais e o Pronto Socorro Municipal. Apenas para citar dois lugares.
CARGOS PÚBLICOS
Quando dizemos que os ex-vereadores estão muito sumidos, não significa que eles tenham se distanciado do setor público. Muitos ex-vereadores da legislatura passada estão nomeados como assessores dos deputados estaduais ou federais eleitos em 2020 ou em outros cargos da administração pública. Isto significa que eles sumiram apenas das atividades de vereadores, mas seguem vivendo muito próximos do mundo político. Assim, é possível que conhecem ainda os problemas da cidade, embora prefiram ficar calados. Mas as campanhas de 2024 vão trazer de volta muitos ex-vereadores e ex-candidatos. Vários dos atuais vereadores foram eleitos na última eleição, prometendo empregos, indústrias, saúde, segurança, educação e outros benefícios que até hoje não entregaram para a população. Claro que na campanha de reeleição eles vão dizer que não tiveram tempo para fazer o que prometeram e que precisam do apoio e da confiança do eleitor cacoalense para “continuar o trabalho”. Essa frase é muito comum em campanha e muito usada exatamente por políticos que nada produzem a favor da população. Até o momento, os únicos empregos que os vereadores atuais conseguiram foram nomeações de esposas, amigos e cabos eleitorais deles. Isso é muito pouco para quem prometeu gerar empregos e trazer indústrias.
JANAYNA GOMES
A ex-secretária de saúde de Cacoal, Janayna Gomes foi nomeada recentemente para um importante cargo da Secretaria de Estado da Saúde. Ela atuará em um dos setores do Complexo Hospitalar da Macro II de saúde estadual e permanecerá em Cacoal com a missão de trabalhar para a implantação da Policlínica Estadual que terá a finalidade de atender as demandas dos municípios agregados ao Polo II de saúde em Rondônia. As ações do governo para a criação da unidade da Policlínica Estadual estão caminhando na SESAU e certamente será algo fundamental para o atendimento de saúde. Mesmo durante os tempos em que ficou na secretaria municipal em Cacoal, Janayna Gomes concluiu diversos cursos de aperfeiçoamento e especialização em setores importantes da saúde pública. Então ela possui um bom currículo e pode dar uma contribuição valorosa para estreitar o elo entre o sistema de saúde da capital e interior de Rondônia. Assim que obtivermos novas informações sobre a implantação da Policlínica Estadual, vamos informar na coluna para que nossos leitores possam acompanhar os fatos.
POLICLÍNICA MUNICIPAL
Falando em policlínica, desta vez da unidade municipal de Cacoal, a Secretaria Municipal de Saúde de Cacoal se prepara para transferir diversos equipamentos e serviços que deveriam funcionar na Policlínica Municipal para o Centro Especializado de Reabilitação (CER). A secretaria, porém, não divulgou nenhuma informação sobre como funcionará o CER e nem as previsões de funcionamento, a partir das mudanças. Em Cacoal, a obra do Hospital Municipal está parada faz muito tempo e não há nenhuma previsão de quando será retomada. Porém tem sido muito frequentes as mudanças de gestão e logística nas unidades já existentes. Quando aconteceu a inauguração do Pronto Atendimento Municipal (PAM), muitos políticos locais fizeram festa e passaram dias comemorando como se fosse uma mudança histórica. Passados vários meses da inauguração, as reclamações sobre a falta de médicos, equipamentos e servidores têm sido diárias em diversos canais de comunicação e nas redes sociais. A Administração Municipal alega que tudo está funcionamento muito bem e os vereadores dizem que é um dos melhores hospitais de Rondônia, mas a realidade é bem diferente.
PISO DA ENFERMAGEM
O Sindicato do Servidores Municipais de Cacoal (SINSEMUC) divulgou essa semana, uma nota dizendo que aconteceu uma reunião entre sindicato e prefeitura na qual o assunto tratado foi o Piso Salarial da Enfermagem. A reunião aconteceu para atender a uma indicação feita pelos vereadores Paulo Henrique Silva, Valdomiro Corá, Toninho do Jesus e João Paulo Picheck. Além desses vereadores autores do pedido, também participaram da reunião os vereadores que defendem o prefeito. Edimar Kapiche Luciano, um dos principais defensores da administração, afirmou nas suas redes sociais que o prefeito deve encaminhar ao legislativo, em 15 dias, um projeto para garantir as reivindicações dos servidores, mas ainda não está claro que o benefício será efetivado. Prova disto é que o Piso Salarial dos professores também já foi discutido em muitas reuniões com o prefeito, mas até hoje não foi concretizado. No caso da enfermagem, como prometeu o vereador Edimar Kapiche, não há certeza sobre o benefício e o resultado da reunião, comemorado pelo vereador, pode não ser algo tão concreto como pode parecer.
VEREADOR COMEDOR
A Câmara de Cacoal voltou a ser destaque negativo essa semana. Um site eletrônico publicou na quinta-feira uma denúncia feita por uma servidora comissionada do município contra o presidente da Casa de Leis do município, Magnison Mota. No boletim de ocorrência divulgado pelo site, a servidora conta detalhes de um suposto assédio que teria sido praticado pelo vereador contra ela. O caso chegou a ser discutido no Tribunal de Justiça de Rondônia, na Comarca de Cacoal, mas a servidora compareceu acompanhada de um advogado e teria renunciado ao direito de prosseguir com a ação. Ainda segundo o site que divulgou a notícia, o advogado que acompanhou a servidora é assessor jurídico da Câmara de Cacoal e subordinado ao presidente da Câmara Municipal. Com a renúncia da suposta vítima, a ação foi arquivada pelo Poder Judiciário, conforme prevê a legislação em vigor. Porém, nada impede que uma investigação no âmbito do Poder Legislativo apure os fatos. Caso os vereadores decidam pela instalação de uma comissão para apurar as denúncias, Magnison Mota poderá até mesmo ter o mandato cassado, mas muitos cacoalenses apostam que será mais um caso que os vereadores vão se recusar a investigar. Quando o vereador encaminhar sua versão, a coluna vai publicar no mesmo espaço, como forma de garantir o direito ao contraditório. Sobre o assunto, os vereadores precisam dar uma resposta à sociedade, mesmo porque a Câmara de Cacoal aprovou pouco tempo atrás uma lei de proteção às mulheres.
PIADA DE POLÍTICO
“O filho conta calmamente para a mãe:
– Mãe, hoje veio um ladrão aqui na nossa casa.
A mãe desesperada pergunta:
– Meu Deus! E o que ele levou?
O filho responde:
– Nada. Ele só veio pedir seu voto”.