POESIA
* Moiseis Oliveira da Paixão
De mãos atadas
Quem me conhece sabe
A intensidade do dia a dia
Mas estou de mãos atadas
No hospital, que agonia
Se eu pudesse, voltava
Minha eterna correria.
Ligo prá um e prá outro
Por um simples favor
Do outro lado da linha
Me respondem sem temor
Quando você estiver bom
Pode fazer o senhor.
Agora estou aqui sentado
Na cadeira das visitas
Escrevendo o desabafo
Como vivem os parasitas
Sem poder fazer nada
São coisas muito esquisitas.
Me prometeram para logo
Que faria o procedimento
Enquanto a cirurgia não sai
Fico aqui no meu lamento
Como se eu fosse inválido
É o que sinto no momento.
Minha família e amigos
Muitos vêm me visitar
Mas outros nem isso
Não posso me lamentar
Eles não têm culpa
De internado aqui estar.
Hoje, durante todo o dia
Só WhatsApp funcionou
E ainda teve alguém
Que de mim ele zombou
Me chamou de miserável
Isso me magoou.
Mas você talvez um dia
Vai sentir o que sinto agora
Enquanto muitos são livres
Pessoa interna aqui chora
Mas sei que vou ter alta
E logo daqui vou embora.
Agora já vou deitar
Me enrolar na coberta
Além de aqui escrever
O lamento de um poeta
Desejo uma boa noite
Pode curtir sua festa.
*Moiseis Oliveira da Paixão – Escritor, poeta, jornalista e missionário