Confira as notícias do dia, por Cícero Moura
POUCO VIVEU

Damaris Vitória Kremer da Rosa morreu com 26 anos. Morreu dois meses depois de ser absolvida, depois de quase seis anos presa injustamente. Morreu sem viver.
JUSTIÇA ?
Morreu carregando no corpo e na alma as marcas da negligência, da indiferença e da crueldade de um sistema que esqueceu o que significa Justiça.
REALIDADE

A história dessa jovem é um retrato doloroso do colapso de valores que deveriam ser inegociáveis.
DECISÃO
Damaris foi encarcerada sem provas concretas, condenada antes mesmo de ser julgada.
CULPADA ?
Vítima de um processo movido mais pela ânsia de encontrar culpados do que pelo compromisso com a verdade.
2 MIL DIAS
Durante quase seis anos, suas súplicas foram ignoradas. Seus sintomas de dor e sangramento, tratados como “meros receituários”. Sua dignidade, negada.
MINISTÉRIO PÚBLICO
Enquanto o MP sustentava a manutenção de uma prisão sem base sólida, o câncer avançava em silêncio, consumindo a vida de quem apenas queria ser ouvida.
TARDE DEMAIS
E quando a Justiça, tardiamente, reconheceu o erro e a inocência, já não havia tempo para recomeçar.
TORTURA
A liberdade chegou como ironia cruel: acompanhada de uma tornozeleira e de um diagnóstico terminal.
CASTIGO
Damaris não morreu apenas de câncer. Morreu de abandono, de descaso, de uma Justiça que parece ter esquecido que o ser humano deve estar no centro de suas decisões.
CRUELDADE
O Estado que a prendeu é o mesmo que não a socorreu; o mesmo que exigiu tornozeleira eletrônica até durante o tratamento oncológico.
CRUELDADE 2
O mesmo que só lhe concedeu liberdade quando a morte já lhe batia à porta.
REALIDADE
Vivemos tempos sombrios, em que a suspeita vale mais que a prova, e a especulação se sobrepõe ao devido processo.
FATO
Quando o rito jurídico se curva ao clamor, o Direito se transforma em espetáculo, e a vida humana, em dano colateral.
OPINIÃO
A morte de Damaris deve ecoar como grito coletivo de indignação — um alerta de que o sistema de Justiça brasileiro precisa urgentemente reencontrar sua razão de ser.
OPINIÃO 2
Porque nenhuma sociedade é justa quando aceita que a inocência precisa morrer para ser reconhecida.
OPINIÃO 3
Hoje, Damaris descansa no Cemitério Municipal de Araranguá. E o que deveria ser um símbolo de recomeço — a absolvição — virou apenas o epitáfio de uma tragédia anunciada.
CAIU
O Tribunal de Justiça de Rondônia julgou procedente, nesta segunda-feira (3), a Ação Direta de Inconstitucionalidade movida pelo Partido Liberal (PL-RO), que questiona o Governo Online.
CAIU 2
A decisão derruba a lei que autorizava o governador Marcos Rocha a governar remotamente durante viagens oficiais.
CAIU 3
A medida foi considerada inconstitucional por 12 votos a 2, reconhecendo que a legislação violava princípios fundamentais da Constituição Estadual e Federal, especialmente no que diz respeito às atribuições do vice-governador.
ESCLARECIMENTO
Sobre a coluna de ontem, que informou sobre a construção de novo hospital por parte do consórcio que perdeu a licitação do Heuro, a Prefeitura de Porto Velho entrou em contato com a coluna para esclarecer alguns pontos.
ESCLARECIMENTO 02
Segundo o município, não há qualquer tipo de vínculo, parceria ou relação institucional com a empresa Vigor Turé.
ESCLARECIMENTO 3
Representantes da referida empresa estiveram, de fato, na Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Sema), mas apenas para solicitar documentos e informações.
ESCLARECIMENTO 4
A iniciativa seria para viabilização de um projeto privado de hospital, sem qualquer envolvimento do poder público municipal.
ESCLARECIMENTO 5
A Prefeitura reforçou que a única iniciativa oficial em andamento relacionada à construção de um hospital em Porto Velho é o convênio firmado com o Governo Federal, que trata da implantação do Hospital Universitário.
ESCLARECIMENTO 6
Esse projeto, segundo o município, representa o único compromisso institucional vigente e segue sob responsabilidade direta do governo federal, em parceria com a Universidade Federal de Rondônia (Unir).
ESCLARECIMENTO 7
Com isso, a administração municipal reafirma que não há tratativas, contratos ou parcerias com empresas privadas para construção de unidades hospitalares.
FRASE
Damaris morreu duas vezes: na cela da indiferença e no silêncio da Justiça
