Quarta-feira, 19 de novembro de 2025


Coluna ESPAÇO ABERTO – Linguagem neutra, governo e sociedade: quando o bom senso finalmente prevalece



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Confira as notícias do dia, por Cícero Moura

AGORA É OFICIAL
A decisão do presidente Lula de sancionar a lei que proíbe o uso de linguagem neutra em comunicações oficiais não deveria ser tratada como vitória de um grupo político, mas como um retorno ao bom senso.

Foto: Reprodução / Inteligência Artificial

LENGA A LENGA
Em tempos de disputas barulhentas, onde cada setor tenta impor sua visão de mundo como norma universal, essa medida coloca o Estado no lugar de onde ele nunca deveria ter saído.

OBJETIVIDADE
O da linguagem clara, objetiva e compreensível para toda a sociedade.

ESCOLHA
Não se trata — como alguns já tentam distorcer — de hostilidade às pessoas que optam por qualquer forma legítima de expressão de sua identidade.

ESCOLHA 2
Cada indivíduo tem o direito de se reconhecer e ser reconhecido como desejar. Respeito à dignidade humana não é concessão; é obrigação constitucional.

ESCOLHA 3
O problema nunca foi a existência de expressões de gênero neutro, mas sim a tentativa de transformar uma escolha pessoal em regra obrigatória para toda a população, sem debate amplo, sem respaldo linguístico e sem lógica administrativa.

FATO
A linguagem neutra, defendida por uma parcela específica — e minoritária — da sociedade, não é reconhecida pela norma culta do português, não é aplicada pela academia, tampouco integra parâmetros legais ou educacionais consolidados.

FORA DE CONTEXTO
Quando o Estado se distancia do idioma oficial para adotar modismos ideológicos, ele deixa de servir ao cidadão e passa a servir a agendas particulares. Isso é inaceitável.

REALIDADE
Ao barrar o uso institucional de termos como “todes” ou “todxs”, a nova lei não exclui ninguém; apenas preserva a clareza, a inteligibilidade e a neutralidade que a administração pública deve ter.

REALIDADE 2
O governo existe para comunicar, informar, orientar — não para confundir, dividir ou testar experimentações linguísticas sem consenso científico ou social.

REALIDADE 3
É curioso — e sintomático — que a mesma militância que diz lutar contra o preconceito não perceba que impor uma forma artificial de escrita à força gera justamente o sentimento contrário.

CARICATO
Rejeição, resistência e, muitas vezes, caricaturização das próprias causas que pretendem defender. Nenhuma política pública prospera quando nasce do confronto e da imposição.

IGUAL COMUNICAÇÃO
O Estado tem o dever de respeitar identidades individuais, mas tem o dever maior de garantir comunicação eficiente para todos, especialmente para quem mais depende dos serviços públicos.

COLETIVO
Idosos, trabalhadores, estudantes, comunidades tradicionais, estrangeiros, populações periféricas. Uma linguagem enviesada ou alterada atrapalha mais do que ajuda.

OPINIÃO
A Política Nacional de Linguagem Simples, agora sancionada, acerta justamente ao reforçar princípios que deveriam ser óbvios.

OPINIÃO 2
Foco no cidadão, transparência, acesso facilitado aos serviços, participação popular e garantia de direitos.

OPINIÃO 3
Nada disso combina com experimentalismo linguístico ou com guerras ideológicas travadas sobre acentos, vogais e símbolos.

OPINIÃO 4
Respeitar pessoas, sim — sempre. Impor uma linguagem que a maioria não usa, não entende e não reconhece, jamais.

OPINIÃO 5
Enfim, prevaleceu o equilíbrio. E, em épocas tão inflamadas, isso por si só já é uma vitória da civilidade.

CURSO
No mês da Consciência Negra, o Instituto Yduqs e o IDOMED estão disponibilizando gratuitamente o curso de letramento étnico-racial, como parte do programa Mediversidade.

Foto: Reprodução / Redes Sociais

FOCO
A formação é voltada a estudantes, docentes, colaboradores e profissionais da saúde, incluindo aqueles que atuam nas instituições de ensino e serviços de saúde de Rondônia.

DINÂMICA
Online e com 40 horas de carga horária, o conteúdo foi desenvolvido pelo médico Fleury Johnson, especialista em Clínica Médica e fundador do Instituto DIS (Diversidade e Inclusão na Saúde).

DINÂMICA 2
Os quatro módulos abordam temas como autoconhecimento, manifestação do racismo na prática clínica, estratégias de enfrentamento e o papel de cada pessoa no processo de transformação institucional.

COMPROMISSO
A iniciativa reforça o compromisso do programa Mediversidade com uma formação médica mais inclusiva, um debate especialmente relevante para o contexto rondoniense, onde parte significativa da população enfrenta desigualdades históricas no acesso à saúde.

MULHERES NEGRAS
Pesquisas nacionais e internacionais apontam que mulheres negras sofrem mais violência obstétrica, têm acesso mais restrito a cuidados especializados e maior subestimação da dor, fatores que evidenciam a necessidade de formação mais sensível e qualificada.

INSCRIÇÕES
O curso de letramento está disponível gratuitamente para todos os públicos por meio da página oficial: www.idomed.com.br/mediversidade

FRASE
Quem se mete na vida dos outros quase sempre é porque perdeu o controle da própria.

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