ENEM: especialistas recomendam revisão direcionada e controle emocional na reta final

Fabio Rodrigues Pozzebom

Da Redação — Às vésperas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), prova extensa e exigente que ocorre neste domingo (9), a palavra de ordem entre especialistas é simplificar: revisar conteúdos já consolidados, resolver questões anteriores e preservar o equilíbrio emocional. O Ministério da Educação (MEC) informa que mais de 4,7 milhões de candidatos estão inscritos.

O que revisar agora

A orientação institucional é objetiva: revisões curtas, focadas em temas recorrentes e nas áreas de maior domínio de cada estudante. Refazer provas antigas ajuda a reconhecer padrões, treinar tempo e reforçar estratégias de resolução.

Papel da escola na última semana

Para Cathia Lira, professora de português para estrangeiros na Rio International School, o professor pode organizar a reta final com informações práticas: itens obrigatórios, horários e confirmação prévia do endereço do local de prova. A recomendação é que a turma saiba exatamente como chegar e o que levar, reduzindo imprevistos.

Estratégia, não volume

A pedagoga Anna Dornas, especialista em estratégias de aprendizagem, frisa que o ganho está no método, não em “maratonas” de última hora. A prioridade é fortalecer o que já foi aprendido e atacar pontos de maior dificuldade com revisão ativa — mapas mentais e resumos próprios. Para ela, autoconfiança construída sobre conteúdo conhecido pesa no desempenho.

Redação e ansiedade: como agir

Coordenador pedagógico do ensino médio no Colégio ARBOS, Régis Aparecido Fernandes sugere reler redações nota 1.000 e revisar produções próprias para evitar reincidência de erros. Ele recomenda usar materiais produzidos ao longo do ano e dar atenção a temas recorrentes e interdisciplinares.
Para controlar o nervosismo, a técnica indicada é simples: inspirar profundamente pelo nariz, segurar alguns segundos e expirar de forma lenta pela boca; repetir o ciclo para reduzir batimentos e recuperar o foco. Fechar os olhos por instantes antes de retomar a questão também ajuda.

O que está além do esforço individual

Uma análise do Enem 2018 conduzida por pesquisadores da Fundação Getulio Vargas (FGV) mostrou que fatores socioeconômicos — como escolaridade materna e renda familiar — explicam parcela significativa (até 79%) da variação entre escolas. Diante disso, especialistas reforçam que o estudante concentre energia no que controla: planejamento, organização e preparo mental.

Véspera: logística e descanso

Na antevéspera e na véspera, a recomendação é organizar a logística: conferir o local de prova, separar documento com foto, caneta preta de corpo transparente e lanche leve. Cathia sugere incluir momentos de relaxamento — caminhada, conversa com amigos ou música — para aliviar a tensão.
O sono é parte do estudo: Régis orienta dormir de sete a oito horas e manter rotina leve. No dia do exame, a dica é fazer refeição conhecida e moderada, hidratar-se sem exageros e evitar excesso de café ou energéticos. Sair com antecedência e, no caminho, trocar conversas sobre o exame por música tranquila ou motivadora.

No dia: horários e cartão de confirmação

O Inep recomenda chegada com pelo menos uma hora de antecedência e levar o cartão de confirmação de inscrição impresso. A organização prévia reduz atrasos e preserva a calma.

Resumo de serviço

  • Priorize revisão curta de conteúdos já dominados e temas recorrentes.

  • Refaça questões e provas antigas para reconhecer padrões.

  • Use seus próprios resumos e mapas mentais.

  • Pratique respiração controlada para reduzir ansiedade.

  • Véspera: logística pronta, sono adequado e rotina leve.

  • Dia da prova: documento, cartão impresso, caneta preta transparente, lanche leve e chegada antecipada.

Reta final não é hora de pânico: planejamento, revisão estratégica e autoconfiança aumentam a segurança na hora da prova”, resume Anna Dornas.

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