Da Redação — Após cinco meses de vantagem sobre a carne suína, o frango perdeu competitividade em outubro, segundo levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). A inversão decorre da alta nos preços da proteína avícola e da queda nas cotações da carne suína, o que reduziu a distância entre os dois segmentos.
De acordo com o estudo, o frango inteiro resfriado foi vendido no atacado da Grande São Paulo a R$ 4,55 por quilo abaixo da carcaça especial suína, diferença 1,5% menor que a observada em setembro. O resultado sinaliza uma reacomodação nas curvas de preço das principais proteínas.
Exportações impulsionam o frango
Pesquisadores do Cepea atribuem o encarecimento da carne de frango à retomada das exportações, que voltaram a patamares próximos aos registrados antes dos efeitos da gripe aviária. O aumento das vendas externas reduziu a oferta no mercado doméstico e sustentou a valorização do produto.
Mesmo com leve recuo no fim do mês, a média de outubro permaneceu em alta: o frango inteiro resfriado subiu 6% em relação a setembro, alcançando R$ 7,99 por quilo. A recuperação do setor exportador reforçou o desempenho da cadeia produtiva, mas também encareceu o produto para o consumidor interno.
Suíno ganha espaço com preços menores
Enquanto o frango se valorizou, o mercado suinícola seguiu movimento oposto. A maior oferta e o ajuste da demanda resultaram em queda nas cotações, tornando a carne suína mais competitiva no atacado.
A redução nos preços ampliou o interesse de compradores e frigoríficos, o que ajudou a compensar parte das perdas observadas nos meses anteriores. A tendência, segundo o Cepea, reflete o equilíbrio natural entre estoques e consumo.
Perspectivas: estabilidade e influência externa
Com o ajuste entre oferta e demanda, especialistas projetam oscilações moderadas no mercado de proteínas nos próximos meses. A continuidade das exportações e a estabilidade sanitária serão determinantes para o comportamento dos preços.
Apesar da perda momentânea de competitividade, a valorização do frango indica aquecimento da demanda internacional e bom desempenho das indústrias exportadoras — fatores que continuam sustentando o setor no médio prazo.
