Companhias aéreas relatam alta de pedidos falsos de cadeiras de rodas em voos internacionais

Da Redação — A Índia tem enfrentado um problema incomum em voos com destino aos Estados Unidos: um número cada vez maior de passageiros aparentemente saudáveis está pedindo cadeiras de rodas nos aeroportos. A prática levantou suspeitas de que muitas dessas solicitações são feitas apenas para obter vantagens, como embarque prioritário e evitar longas filas nos terminais.

Funcionários que atuam em aeroportos afirmam que a situação se tornou frequente. Há relatos de que, em alguns voos, até 3 em cada 10 passageiros estariam recorrendo ao serviço sem necessidade real. Segundo eles, muitas dessas pessoas caminham normalmente até o portão de embarque, mas passam a alegar dificuldades de locomoção apenas na hora de embarcar.

O comportamento gerou o apelido de “máfia das cadeiras de rodas”, que circula tanto na imprensa local quanto nas redes sociais. O apelido reflete a sensação de que o sistema vem sendo explorado de maneira deliberada — e às custas de quem realmente precisa.

Serviço sobrecarregado e usuários legítimos prejudicados

A prática tem causado atrasos e colocado pressão extra sobre as equipes de solo. A Air India, uma das principais companhias do país, confirmou preocupação com o aumento das solicitações. Segundo funcionários, a maioria dos pedidos recentes vem de pessoas que aparentam estar perfeitamente saudáveis.

Como o uso do serviço é permitido sem exigência de atestado médico, muitos passageiros passam a utilizá-lo como uma forma conveniente de evitar filas de imigração, segurança e o tumulto do embarque. A consequência direta é a demora no atendimento a passageiros com deficiência ou com limitações reais de mobilidade.

Um dos profissionais relatou que a companhia não tem permissão para negar o serviço a quem solicita, o que deixa a equipe sem alternativas para conter os abusos.

Nas redes sociais, o tema também tem gerado debate. Uma passageira chegou a ironizar a situação ao sugerir que os aeroportos deveriam cobrar uma taxa pelo uso das cadeiras de rodas — o que, segundo ela, revelaria “quantos necessitados realmente haveria”.

Possível mudança nas regras

Por enquanto, nenhuma medida oficial foi tomada, mas especialistas em acessibilidade e gestão aeroportuária afirmam que o problema já é grande o suficiente para justificar mudanças. Entre as propostas discutidas estão:

  • cobrança simbólica pelo serviço;
  • solicitação de informações médicas básicas;
  • critérios mais claros para priorizar quem realmente precisa.

Grupos de defesa das pessoas com deficiência, porém, alertam que qualquer ajuste deve evitar criar barreiras extras para usuários legítimos.

Enquanto isso, as equipes da Air India relatam dificuldade crescente para administrar o fluxo de solicitações. A diferença entre quem precisa do serviço e quem o utiliza por conveniência tem ficado cada vez mais difícil de identificar — e passageiros com limitações reais são os mais prejudicados.

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