Coluna Ponto Crítico – Por Felipe Corona

Marcos Rocha indica indecisão na candidatura ao Senado

Impactos serão sentidos de forma imediata: nem a esposa Luana Rocha nem irmão Sandro poderão se candidatar à Câmara Federal e à Assembleia Legislativa, respectivamente
Vai ou não vai
O governador Marcos Rocha atravessa um período de forte instabilidade política. O que até pouco tempo parecia ser uma gestão alinhada e relativamente previsível deu lugar a um ambiente permeado por disputas internas, pressões contraditórias e interesses em choque.
Vai ou não vai 2
Enquanto parte de seus aliados defende que ele entre na corrida pelo Senado em 2026, outro grupo trabalha discretamente para desestimulá-lo. Não por divergências de projeto, mas para preservar espaços de influência e posições estratégicas no governo.
Rixas
Nos corredores do Palácio CPA, a tensão é perceptível. Assessores que antes ocupavam papéis secundários tornaram-se figuras centrais da administração e, segundo relatos, alguns passaram a atuar mais em função de interesses próprios do que da articulação política do governo. O resultado é um ambiente que deixou de ser colaborativo e se transformou em uma arena de disputas silenciosas.
Divisões e ataques
Nos últimos meses, sites alinhados ao governo passaram a divulgar conteúdos críticos à gestão e, especialmente, à possível candidatura de Rocha ao Senado. Fontes da própria administração afirmam que parte desses textos teria sido estimulada por integrantes do alto escalão, com o objetivo de desgastar a imagem do governador e criar ruídos dentro da base.
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O mesmo grupo, de acordo com esses relatos, teria atuado para precipitar as saídas de Júnior Gonçalves da Casa Civil e do vice-governador do comando da Sedec. Apesar de discursos sobre “traições” e “desentendimentos”, nunca houve apresentação de provas concretas. O que se observa, porém, é o impacto político dessas movimentações: o enfraquecimento de figuras consideradas pilares da articulação interna.
Crises
As trocas de comando na Casa Civil e na Sedec desencadearam uma onda de instabilidade. Desde então, o governo passou a enfrentar seguidas crises, manifestações e desgastes públicos que expuseram a vulnerabilidade administrativa do CPA. As substituições não foram acompanhadas de reorganização efetiva, deixando lacunas que intensificaram disputas entre grupos internos.
Atrapalham ou ajudam?
Além das turbulências administrativas, Rocha se vê cercado por aliados envolvidos em polêmicas ou com entraves judiciais. A presença desses nomes gera questionamentos sobre o nível de controle do governador sobre sua própria base. E sobre seu grau de consciência em relação ao ambiente político que o cerca.
Impasse
O dilema de Marcos Rocha se torna mais evidente à medida que 2026 se aproxima. Caso opte por deixar o cargo antes do prazo legal, a administração passará às mãos de Sérgio Gonçalves, atual pré-candidato ao governo, que promete uma inflexão na condução política do estado.
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Por outro lado, se permanecer até o fim do mandato, impedirá que sua esposa, Luana Rocha, concorra a uma vaga na Câmara Federal, e que seu irmão, Sandro Rocha, dispute uma cadeira na Assembleia Legislativa. A definição precisa ocorrer até abril de 2026, ampliando a disputa silenciosa por influência entre o entorno de Rocha e o grupo aliado a Sérgio Gonçalves.

Antes e depois
Durante a gestão de Júnior Gonçalves, a Casa Civil funcionava como eixo de articulação política, garantindo diálogo constante com a base aliada e permitindo negociações que mantinham a estabilidade interna. Após sua saída, o setor foi assumido por novos quadros que ainda não demonstraram a mesma capacidade de condução política. Isso resultou em mais atritos internos e decisões questionadas.
Antes e depois 2
A Sedec, sob liderança do vice-governador, era reconhecida como uma das áreas mais estratégicas, com orientação voltada ao desenvolvimento econômico. Com sua saída, a pasta perdeu referência técnica e política, e passou a enfrentar dificuldades para executar políticas estruturantes.
Disputa
A sequência de quedas, acusações sem comprovação e conflitos internos sugere que as mudanças não ocorreram por acaso. O objetivo, segundo fontes do governo, seria reorganizar o tabuleiro político, enfraquecendo nomes capazes de influenciar a decisão de Rocha sobre sua candidatura ao Senado e, ao mesmo tempo, desgastar Sérgio Gonçalves.
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À medida que o calendário eleitoral avança, as narrativas sem fundamento começam a perder força. Ainda assim, os movimentos internos seguem intensos. Grupos que hoje ocupam posições estratégicas já trabalham para garantir sobrevivência política em um possível cenário de transição de poder, conscientes de que a atual composição do governo pode não resistir ao próximo ciclo.
Mudança de ideia
Nos bastidores do Palácio Rio Madeira, aliados relatam que o governador Marcos Rocha tem se empenhado intensamente para reunir apoios que o ajudem a desestimular a pré-candidatura de Sérgio Gonçalves ao governo. A avaliação é de que somente um aliado de peso conseguiria convencê-lo a recuar.
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Nessa tentativa, Rocha chegou a articular a indicação de Sérgio para o Tribunal de Contas do Estado e até para outras funções estratégicas, mas não obteve êxito. Sérgio permanece firme na disputa, seja pelo União Brasil ou por outro partido, e prepara uma ofensiva política que deve pressionar ainda mais o atual governador.
Correndo
Apesar de passar praticamente sete anos sem receber lideranças (sem agenda para deputados, prefeitos, dirigentes de associações ou parlamentares federais), Marcos Rocha, nos últimos meses, abriu as portas do governo em ritmo acelerado. Tem buscado reuniões com representantes de diversos setores e com políticos de todas as matizes ideológicas.
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Chegou a procurar nomes ligados à esquerda, mas encontrou resistência: há memória recente de promessas não cumpridas, como os compromissos assumidos com os professores. O movimento é interpretado por aliados e adversários como um sinal claro de descontrole político.
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Rocha, que viajou extensivamente ao exterior durante o mandato (viagens cujos gastos foram colocados sob sigilo) enfrenta críticas pela falta de domínio sobre a máquina administrativa. Desde 2019, segundo fontes, delegou grande parte das decisões centrais do governo a terceiros, seja por despreparo ou falta de disposição para assumir o comando direto da gestão.
Na rabeira
Para piorar o cenário, pesquisas internas indicam que, mesmo com o aparato estatal ao seu favor, Marcos Rocha aparece apenas em quarto ou quinto lugar nas intenções de voto, carregando um índice de rejeição superior à aprovação. Esse quadro reforça o temor de uma derrota expressiva nas urnas.
Fim de jogo
Entre aliados mais próximos, a leitura é de que o governador recuou diante da força política dos Gonçalves e também diante da perspectiva das urnas em 2026. Abril de 2026 será determinante. Até lá, Marcos Rocha permanece no centro de uma disputa que definirá não apenas seu futuro político, mas também quem comandará o estado nos próximos anos. E quais grupos conseguirão se manter influentes no CPA.
*Esta coluna foi escrita com informações divulgadas pelo Diário RO (no dia 31 de outubro) e o RO 24h Notícias (01 de novembro).
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