
Estão em Rondônia dez das 805 Reservas Naturais do Patrimônio Natural (RPPNs) do País. Elas são áreas protegidas, de acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Medem 3.848,75 hectares de extensão. No Brasil, as RPPNs totalizam 539,3 mil ha. Mas em termos de grandeza, as Unidades de Conservação (UCs) são bem mais atraentes.
Segundo dados de 2025, a vegetação nativa cobre 2,2 milhões de ha, abrangendo 56% do estado; desse número, 1,2 milhão de ha são de florestas nativas primárias. Apesar dos pesares.
Cajuaçu ((Anacardium giganteum) pode alcançar até 40 metros de altura; tem flores e frutos, estes, comestíveis (Foto Montezuma Cruz)
Mesmo com reduções significativas nas taxas de desmatamento – a queda de 62,5% entre agosto de 2023 e julho de 2024 –, por exemplo, e menos 35% no período seguinte, a área florestal tem perdas que variam a cada ano – constata o INPE e outros órgãos ambientais.
Técnicos concluem o inventário florestal na Resexdo Cautário, em 2020 (Foto Frank Néry)
40 UCs
Em tempos de COP-30, o patrimônio verde deste estado amazônico se destaca: segundo a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), o carro-chefe nesse setor são as 40 Unidades de Conservação estaduais: desse total, sete são de proteção integral (três parques, duas reservas biológicas, duas estações
ecológicas).
No cômputo geral da Sedam, 33 dessas UCs são consideradas de desenvolvimento sustentável: 21 Reservas extrativistas (Resex), dez florestas estaduais e duas Áreas de Proteção Ambiental. Em algumas Resex, grupos familiares de seringueiros utilizam equipamentos próprios para garantir o retorno da produção de seringueiras nativas.
Possivelmente, o fato de o látex sair dessas áreas rumo a indústrias de calçados na região Sul do País seja parte da economia invisível de Rondônia e um subtema de utilidade no grande debate setorial que a COP-30 enseja, em Belém do Pará.
Potencial de látex seria maior
O governo estadual não divulga a produção anual de borracha, mesmo tendo conhecimento que toda a “safra do látex” viaja para o Sul. Antes da pandemia, dados da organização Pacto das Águas indicavam que as Resex produziram 20 toneladas.
Leia também:
O incentivo à borracha faz 82 anos
Apesar de o setor ser ainda desestimulado e de o antigo território federal ter vivido o histórico Ciclo da Borracha, técnicos da Emater, da Secretaria da Agricultura e da Sedam acreditam que o potencial de produção pode ser muito maior.
Estudos feitos na Sedam, em análises a respeito da produção das comunidades em Resex, detectara que 54 pequenos seringueiros brancos e indígenas colheram aproximadamente 5 toneladas anuais de borracha nativa e movimentaram parcerias de compra.
Os donos de RPPNs
Nério Bianchini é o responsável pela RPPN que abrange o Cacoal Selva Park, grande fonte de recursos naturais (Foto Montezuma Cruz)
Segundo o Sistema Informatizado de Monitoramento do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), são estas as RPPNs no estado:
Fazenda Bosco (499,72ha), de Lídia Nara Altoé, em Alto
Alegre dos Parecis;
Água Boa (47,52ha), de Nério Lourenço Bianchini, em Cacoal;
Parque Natural Leonildo Ferreira 2 (981,18ha), de Leonildo
Ferreira, em Pimenta Bueno; Parque Natural Leonildo Ferreira 1 (995,48ha), do mesmo proprietário, em Pimenta;
RPPN Frigonosso (558,06ha), em Porto Velho;
RPPN Seringal Assunção (634,24ha), do Instituto de Pesquisa e
Estudo Dr. Ary Tupinambá Penna Pinheiro (Ipary), em Porto Velho;
RPPN Gibeão (31,29ha), de Deneton Vitorino da Silva, em Presidente Médici;
RPPN Irmãos Satelis (41,09ha de Reginaldo de Brito Satelis,
Ronaldo de Brito Satelis, Renato de Brito Satelis, Rosely de Brito
Satelis de Souza, Francisca de Brito Satelis, em Presidente Médici;
RPPN Nova Aurora (18,52ha), de Wilson Luiz Perboni, em
Presidente Médici;
RPPN Amaná (65,66ha), de Glauco Antônio Alves, em
Teixeirópolis.




















