A rejeição e a criação de memórias saudáveis
Uemerson Florencio
Muitas pessoas não fazem ideia porque adotam certas posturas na vida, não
entendem porque fazem o que fazem da maneira que fazem e, ainda, porque
se submetem a diversas situações negativas repetitivas. Como compreender
a extensão dos estragos causados pela rejeição? Como saber se você foi
rejeitado na sua infância? Como encarar a descoberta das dolorosas
verdades sobre rejeição em nossas vidas? Você sabe identificar as
atitudes que refletem a rejeição?
Muitas destas rejeições começam no dia da notícia da gravidez entre os pais,
seguida ao longo do percurso da gestação com palavras de revolta,
desconforto e desgosto. Ao nascer a criança já carrega as suas primeiras
cargas magnéticas negativas das dores silenciosas. Entre os desafios da
rejeição e a efetivação das memórias saudáveis, há um amplo e complexo
caminho.
Como criar uma memória positiva? Quando comprar um brinquedo sente no
chão com a criança, ajude abrir a embalagem e dê o valor da atenção; Se
comprar um quebra-cabeça, tenha um diálogo leve, olho nos olhos informando
dia e horário para brincar como se fosse um evento; Saia com a criança, vá aos
parques e faça um piquenique, entre outros.
Quantas vezes os seus pais fizeram isso com você? Percebeu, você não
tem estas memórias. Mas nunca é tarde para você viver esta realidade, não
diga que já passou a fase, dê o primeiro passo hoje mesmo com uma simples
ligação só para saber como eles estão!
Muitas imagens estão vindo a sua mente, não é mesmo? Vamos lá: Quantas
vezes você quis algo, mas seu pai ou sua mãe trouxe da rua apenas para um
dos seus irmãos? Quantas vezes você testemunhou os seus pais cobrindo de
elogios, proteção e presentes um dos filhos e ignorando a existência dos
demais, se estendendo até a vida adulta?
Respire, chegou a hora de se perdoar também, iniciar o seu processo de
cura interior. Sim, às vezes, carregamos culpas do que não sabemos. Seja
o valor que você desejava ver nos seus pais, daí, constrangidos de um
valor que eles não deram, não que você adote esta postura para
machucá-los, mas pela nobreza de uma pessoa que amadureceu
emocionalmente.
Saiba que você é um filho ou uma filha de valor e basta! Lembra quando seus
pais, lhe chamava apenas pelo seu nome, mas se referia a um dos filhos por
apelido ou simplesmente como a expressão meu filho ou minha filha, como se
você não pertencesse a família?
E quantas as vezes sua mãe fazia diversos elogios a gestação de um dos filhos
e dizia que a sua foi péssima ou dolorosa?
Quantos descuidos os pais promovem ao se pronunciarem dessa forma, não é
mesmo?
Tenha total atenção para não repetir tais histórias, doeu em você, poderá doer
nos teus filhos. Restaure o teu poder interior para viver uma vida digna e
valorosa!
Mais uma vez, não tenha raiva, não guarde mágoa. Aprendi nas minhas
cruzadas da vida que alguns pais dão entender, aquele que fica de escanteio,
isolado ou rejeitado, seja simplesmente aquele que é bem resolvido,
independente, é o que sabe o que se quer, é o alinhado, é alguém de valor
natural.
No entanto, sei que a criança não faz ideia de tudo isso e se constrói com tais
carências que se estendem até a vida adulta ou quem sabe, até o túmulo.
Como você está diante da rejeição?