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13 de dezembro de 2024 – 17:35
40 Anos Tp

Esta é uma semana especial! No próximo domingo, dia 23 de agosto, o Jornal Tribuna Popular atinge uma marca histórica! São 40 anos dedicados a um jornalismo responsável que conquistou o respeito e a credibilidade de seus leitores, anunciantes e da população cacoalense e do estado de Rondônia!

Foram milhares e milhares de páginas dedicadas à história de pessoas que deixaram seus estados de origem para construírem suas famílias e formar este estado pujante, em franco desenvolvimento. Quem viu a Rondônia de 40 anos atrás, não imaginava a Rondônia de hoje! Uma terra de oportunidades, que conquista seu espaço e que continua atraindo povos vindos de terras distantes.

Foi acompanhando a chegada de centenas de famílias a essa região até então tão pouco desbravada, que Tribuna Popular pôde acompanhar a construção de verdadeiras famílias rondonienses e o nascimento de milhares de cidadãos genuinamente cacoalenses. Tribuna Popular viu Cacoal e Rondônia engrandecerem em meio à Amazônia, se fazendo sempre presente no registro desta grandeza.

Quem chegou em Rondônia 40 anos atrás sabe os desafios que era, não só fazer jornalismo, mas desenvolver qualquer outra atividade nestas terras. Imprimir um jornal em meio à Amazônia, com recursos até então escassos, não era tarefa simples, mas não foi motivo suficiente para impedir um jovem de seguir o seu caminho e traçar sua história.

A força e a coragem do jovem jornalista, tornou Adair Antônio Perin uma das lendas vivas do jornalismo rondoniense e fazem de Tribuna Popular o jornal mais antigo em atividade neste estado. Publicar notícia é tarefa fácil, fazer jornalismo é uma missão!

 O pioneirismo de Tribuna Popular fez deste jornal um verdadeiro acervo histórico da Capital do Café e deste estado. Nos últimos 40 anos, o desenvolvimento de Cacoal e de Rondônia foi devidamente registrado nas páginas de Tribuna Popular. Inúmeros foram os momentos vividos, inúmeras são as histórias.

As páginas desta edição são insuficientes para tentar registrar um resumo de 40 anos de toda esta trajetória, por isso nosso objetivo maior aqui é agradecer!

Nosso muito obrigado àqueles que estiveram conosco no início, aos que surgiram ao longo do cominho e aos que estão conosco no agora!

Obrigado aos anunciantes e colaboradores, mas principalmente aos leitores que deram e continuam dando razão ao trabalho de uma vida. Vocês fazem tudo valer a pena!!! Nosso muito obrigado por estarem conosco, por fazerem parte desta trajetória!

São 40 anos dedicados ao estado de Rondônia, à cidade de Cacoal e ao povo desta terra!

Nas páginas de TP

Ao longo de 40 anos, o Jornal Tribuna Popular também serviu de fonte de pesquisa para diversos trabalhos acadêmicos, monografias, teses e dissertações. Aproveitando a pesquisa da senhora Alzira Márcia Casagrande Magalhães, “Uma análise semântico-discursiva nos editoriais do Jornal Tribuna Popular de Cacoal – RO”, Tribuna Popular traz nesta edição histórica alguns conteúdos publicados ao longo de sua história.

Junto aos editoriais produzidos por este jornal, sobre temas muitas vezes polêmicos, estão inclusos também pequenos trechos escritos pela Mestre em sua dissertação apresentada ao Programa de Mestrado Acadêmico em Letras/UNIR e que contribuem para a contextualização dos conteúdos que foram publicados em algumas edições de Tribuna Popular.

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Confira e relembre um pouco da história deste jornal, de Cacoal e de Rondônia!

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“Os editoriais aqui apresentados foram selecionados tendo como crivo o conteúdo referente à constituição da identidade do local em que foram publicados. Nesse sentido, apresentam-se como elemento de informações acerca da percepção identitária tanto da comunidade local quanto de sua relação com o resto do país. No primeiro editorial escrito, temos a caracterização do Jornal Tribuna Popular, explicando a que veio e qual sua tendência ou linha adotada para veicular as notícias e reportagens da cidade de Cacoal e Região”.

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TRIBUNA POPULAR – Cacoal, 23 de agosto de 1980, Ano 01, Edição nº 01, página 01

Visando a valores superiores do amor e da verdade impopular, assim se caracteriza a TRIBUNA POPULAR. Laureada dos mais sublimes propósitos, TRIBUNA POPULAR tenciona realizar com plenitude o verdadeiro desenvolvimento, que é, para todos e para cada um a solidariedade e um benefício, pouco se importando se alguns agridem ou a tentem pela violência e calúnia, para conturbar a ordem social.

Contra esses TRIBUNA POPULAR possui armas eficientes de defesa para não permitir que se barrem o desenvolvimento nem lhe possam obstar a marcha de defesa de todas as classes sociais sem promover dissídios ou conflitos, mas no cumprimento da justiça para engrandecer CACOAL, RONDONIA e o BRASIL.

Edicao N 1

Estas são as áreas do dever que TRIBUNA POPULAR assumiu, onde, obrigatoriamente, deixará sua marca, agindo livremente, embora admitamos que a nossa parcela de influência pesará na soma geral das ações e realizações da comunidade, pois em matéria de manifestação até o silêncio vale. Nada inovaremos pela vaidade ou pelo simples desejo de mudança. Adotaremos, sim, linhas básicas da ―política de comunicação de massa‖ que até o presente vem sendo com benefícios comprovados para o país com incrível sucesso.

 Nosso lema é servir e desculpar sem esforço: aprender e ensinar caridade em todos os temas da necessidade humana. Por outro lado sabemos que injúrias haverão de ser assacadas contra nós e algumas delas queimar-nos-ão as entranhas, mas, por serem injúrias, logo desaparecerão nas profundezas do tempo porque nos proporemos a esquecê-las, sem transladarmos a chama devoradora aos que nos admiram, através de alegações menos edificantes.

Sabemos que muitos falar-nos-ão da obediência, incentivando o dissídio e outros muitos se referirão à prosperidade apoiando a preguiça. Escutaremos vozes diversas, apregoando renovação para se apagarem depois em desequilíbrios, como também anotaremos comovedores apelos à liberdade da parte de muitos que se encaminham para a rebeldia.

Nosso caminho será rochoso e acidentado, mas nem por isso haveremos de sucumbir. Nada nos prenderá à perturbação, para que possamos nos desvencilhar facilmente da treva, de modo a avançarmos e servirmos, mesmo porque, por mais escura que seja a noite, o sol tornará ao amanhecer. E por mais complicada e sombria se nos faça a senda de provas, haveremos de transpô-la pela luz inapagável de Deus.

Enfim, sejam quais forem as dificuldades e males, procuraremos a prática da verdade.

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“O editorial seguinte, publicado originalmente no jornal Tribuna Popular (1980, p. 02), constitui uma interessante matéria de refutação a uma reportagem publicada pela Revista Veja acerca do processo migratório e de ocupação do Território de Rondônia. A referida reportagem foi publicada em caráter especial quatro dias após a fundação do Jornal Tribuna Popular e traz o título ―Faroeste Brasileiro”.

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(Tribuna Popular – Cacoal, 15 de setembro de 1980, Edição 02, página 02)

REPORTAGEM TENDENCIOSA

1. A reputada revista Veja publicou em seu último número um arrazoado de inverdades sobre Rondônia, que precisa pelo menos ser analisada à luz das impressões locais. Principalmente os habitantes da BR-364, cujas cidades foram citadas na reportagem, sentiram-se sensivelmente feridos em seu orgulho. Afinal, foram utilizadas imagens grotescas e termos que se chocam indubitavelmente com a realidade.

Veja Faroste

A começar pelo tendencioso título, a região focalizada de forma alguma apresenta as características que o artigo sugere, de ser marcada por um violento espírito de banditismo, igualado ao que predominava no faroeste americano. Na verdade, a BR-364 tem acusado um elevado índice de crescimento demográfico, contribuindo para isso um enorme fluxo migratório. Colocados no balanço, pura e simplesmente São Paulo tem assassinado mais gente do que os supostos jagunços de Rondônia e o que é pior, por maneiras bem mais terríveis, pois quando a fatalidade não acontece por arma ou por acidente de trânsito, ele aparece por doenças que ainda não chegaram a Rondônia. Por isso, a barbaridade de certos crimes de São Paulo acaba deixando os assassinos de Rondônia envergonhados. Quando o artigo diz que “povoados crescem e incham em questão de semanas, adubados por multidões que não param de chegar”, dando a impressão de uma doença prejudicial, os habitantes da principal região produtora de Rondônia descaram esta ideia abrindo as suas portas a todos quantos querem viver um pouco de vida livre, junto da natureza, distante da poluição destruidora dos grandes centros. Portanto, o que pareceu ao repórter ser um inchaço, aqui se considera um benefício surto de crescimento, onde temos terras para dar de graça aos sulinos que têm gasto seus últimos tostões.

2. O ponto de vista destoado que o artigo intenciona como sendo do Delegado do INCRA em Porto Velho, Ernani Coutinho Filho, seguramente não representa a opinião da maioria dos rondonienses da BR-364, os quais sentem orgulho pela contribuição dos imigrantes. Não se pode também perdoar o equívoco do articulista ao dizer que uma inscrição na parede da Igreja de Ji-Paraná ‗ontem foi o João, quem será amanhã?‘ aponte a direção para Walmar Meira Barreto, um pioneiro da borracha que pode, isto sim, estar tendo suas terras ―griladas‖ hoje, mas nunca ser acusado de ser grileiro como diz a reportagem. Para que se saiba o aludido cidadão chegou a mais de vinte anos na região e tomou posse de suas terras, pagando-as com dinheiro e anos de sua mocidade e que vê isto sim, seus dias terminar com a abusiva penetração de terceiros em suas terras. É imperdoável distorcer de tal forma a verdade.

3. Os informantes de Veja lamentavelmente entraram pela porta errada da BR-364. Ou então, tiveram um assessoramento que os comprometeram sensivelmente. E foi uma lástima porque acabaram ferindo a dignidade de muitos. (sic)

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“Fatos históricos, locais ou nacionais, dominam a construção discursiva dos editoriais na década de 1980, como o exemplo abaixo, em que se discursa acerca do assassinato do padre comboniano Ezechiele Ramin, missionário que desenvolvia atividades de auxílio de orientação para os pequenos colonos na região de Cacoal/ RO. Os conflitos originados pela disputa de terras entre os pequenos colonos e grandes fazendeiros terminaram, no caso do referido missionário, em um conflito armado decorrente da ocupação de grandes propriedades rurais”.

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(Tribuna Popular – Cacoal, 18 de agosto de 1985, Edição 0187, página 02)

Ezechiele: a história real

As 12h do dia 24 de julho o padre Ezechiele tombava crivado de balas, vítima de uma emboscada por sete jagunços dentro da fazenda Catuva. Ele juntamente com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Adílio de Souza partiram para o local, em missão de paz na manhã do dia 24.

Ramin

Sem maiores problemas entrou na fazenda e reuniu os trabalhadores. A reunião foi breve e, entes do meio dia os dois já estavam voltando, mas, os jagunços, que os deixaram entrar os cercaram na saída. Na madrugada do dia 25 precisamente a 01:00 hora da madrugada Adílio de Souza chegava, todo ensanguentado, na Casa Paroquial dando, de imediato a notícia de que os dois haviam sido emboscados. Com Adílio chegaram um grupo de 12 posseiros que estavam presentes na reunião.

Agilizado todo um esquema de busca a Ezechiele, o seu corpo foi encontrado às 12:00 horas, crivado de balas e de chumbo de espingarda, camisas e calças manchadas de sangue, o rosto desfigurado por um tiro de espingarda a queima-roupa, os braços cruzados como em atitude de defesa.

O barbarismo verificado no assassinato do comboniano, passados mais de vinte dias, ainda não foi totalmente desvendado, sendo que inclusive o PT acusa as autoridades de conivência com os proprietários da Catuva. Fatos estranhos precederam o assassinato do comboniano, como o denunciado pelo sindicalista Adílio de Souza, segundo o qual, semanas antes os posseiros haviam apreendido todo o armamento dos jagunços e entregues à polícia civil de Cacoal, sendo que depois os assassinos estavam com os mesmos armamentos.

A morte bárbara de Ezechiele marcou a urgente necessidade de que a Reforma Agrária tem que vir de qualquer maneira. A mensagem enviada da Itália pela família Ramin, exorta as autoridades brasileiras para esta questão.

Eis em sua integra a mensagem da família Ramin: A família Ramin recusa-se em condenar aqueles que mataram Ezechiele, pois entende que a morte dele servirá para pacificar o Brasil. A família quer que o sangue do pároco italiano seja contemplador para a libertação da classe oprimida: os pobres.

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“Este editorial trata-se de um acontecimento que traz à tona fatos ocorridos e publicados no período de 19 a 26 de abril de 1984, quando uma nota foi publicada na seção “Curiosidades”, do Jornal Tribuna Popular, que na época teria causado ofensa ao Governador do Estado Jorge Teixeira de Oliveira, o qual abriu processo contra o Sr. Adair Antônio Perin por calúnia e difamação. Por sua audácia o Sr. Perin além de ter sido demitido da Prefeitura Municipal, onde trabalhava, passou a sofrer ameaças de processos e perseguições diversas”.

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(Tribuna Popular, Cacoal, 22 de fevereiro de 1986, página 01)

Editor da Tribuna vai depor sob (sic) processo impetrado por Teixeira

O juiz da Comarca de Cacoal, Valter Silva Júnior intimou o editor de TRIBUNA POPULAR Adair Antônio Perin a comparecer no próximo dia 17 de março no fórum local, para apresentar sua defesa diante do processo que o ex- governador do Estado Jorge Teixeira de Oliveira impetrou contra ele, há dois anos, por ter publicado uma nota ―caluniosa‖ e ―difamatória‖, ao então chefe do Executivo de Rondônia.

Adair Perin vai apresentar sua defesa com os depoimentos de Afonso Miranda Aguiar e Euclides Andrade Filho, que serão acompanhados, além dele ele mesmo pelos advogados Antônio Paulo dos Santos e Francisco Rufino Sobrinho. Adair Antônio Perim foi processado a mando do governador Jorge Teixeira, no mês de abril de 1984, por ter publicado na TRIBUNA POPULAR na secção de “Curiosidades”‖ a seguinte nota:

―O Senhor Inácio, da Funerária Santa Rita doou à Câmara Municipal um belo crucifixo. Mas por zelo dos funcionários daquela casa, o crucifixo foi colocado entre as fotos do coronel Teixeira e do general Figueiredo, não vamos brincar com coisa séria, pois está nas Escrituras Sagradas que Jesus foi crucificado entre dois ladrões e do jeito que as coisas lá estão já virou motivo de gozação. Alguém até perguntava: ―Mas nas escrituras diz que um deles se arrependeu. Qual?…

O editor de TRIBUNA POPULAR além de ter sido processado pelo coronel Teixeira foi demitido da Prefeitura Municipal, onde trabalhava. A partir daí Adair Antônio Perin passou a trabalhar somente com seu jornal, que fundou em agosto de 1980 em Cacoal. Depois disto ele sofreu ameaças de processos e perseguições diversas, pelo fato de sempre ter preferido publicar a verdade. Tudo isso lhe motivou a vontade de continuar a publicar verdades. (sic)

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“A mácula novamente deixa Rondônia exposta às críticas e aos olhares do país, os quais se voltam para a cidade de Cacoal, por ocasião da Operação devassa da Polícia Federal. Neste editorial, Tribuna Popular lamenta que Cacoal esteja sendo lembrada não mais por ser a cidade que mais cresce na Região Norte do País, mas por estar envolvida diretamente na Operação. A indignação, no entanto, não é pelo fato da apreensão de drogas na cidade, mas por colocar em dúvida a honestidade de famílias tradicionais, que não tiveram envolvimento com o narcotráfico, e que foram alvos de julgamentos inconstantes”.

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(Tribuna Popular – Cacoal, 02 de agosto de 1991, Edição nº 580, página 02)

Lamentável. O denegrir da imagem de Rondônia é um reflexo bem nítido nos quatro cantos do país. E como negativos resultados das aventuras ingênuas‖ de muitos descomprometidos e desocupados, muitos daqueles que aqui empreenderam todos os seus esforços com honestidade e lealdade, passam a sofrer consequências indevidas, vendo inflamar e escurecer instantaneamente suas imagens de cidadãos que se dedicaram totalmente em suas atividades, souberam investir e se promoveram, obtiveram sucesso.

Tradicionais famílias de Rondônia, em especial de Cacoal, mesmo sem nenhum envolvimento com o narcotráfico, se vêem (sic) numa estrada sem saída; as pessoas os olham nas ruas e julgam, inconscientemente. Um sentimento profundo é que prevalece no interior de quem não deve.

Há dois anos Cacoal se destacava nacionalmente. Mas se destacava como a cidade mais desenvolvida da Região Norte do País. Seu comércio em expansão, sua indústria em desenvolvimento, sua agricultura fortalecida eram fatores preponderantes, predominavam e conquistavam grandes espaços na imprensa nacional, inclusive através do Grupo Visão.

O quadro se reverteu […] 33 sem mancha em sua conduta, hoje é alvo da Polícia Federal. Tenta explicar; explica, mas não justifica, não diante do povo, sem que os resultados finais saiam, e enquanto isso acontece, o denegrir da imagem de homem batalhador é constante. Assim, quem terá o poder de chegar em Brasília, reivindicar e trazer? Ao chegar em Brasília e apresentar um projeto reivindicatório, as dificuldades de se conquistar alguma coisa serão grandes.

É bom que se pense nisso hoje, pra não sentir na pele, inconscientemente, no amanhã. E que a devassa‖ da Polícia Federal seja completa e perfeita. Que o trabalho seja completo, levando logo quem deve ser levado, trancafiando nas grades os devedores, mas que não esperem mais; senão, muitos que não devem pagam. Pagam dívidas que não contraíram.

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No seguinte editorial, retoma-se a questão da identidade do povo de Rondônia a partir, novamente, do confronto e da análise de conteúdos veiculados pela mídia nacional. O Novo Eldorado, como ficou conhecido, atraiu trabalhadores que deixaram suas terras de origem e vieram ao encontro das novas possibilidades, enfrentando todo tipo de adversidade para construir o Estado que temos hoje. E são esses trabalhadores que sofreram os insultos e infâmias de uma representante do povo no Congresso, sendo chamados por ela de traficantes. A referida parlamentar teve seu mandato cassado em decorrência da CPI dos Anões do Orçamento em 1994, por desviar 800.000 dólares que deveriam ter sido destinados à assistência social”.

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(Tribuna Popular – Cacoal, 30 de agosto de 1991, Edição nº 584, página 02)

Rondônia não é uma droga. Esta frase é a que todo povo de Rondônia gostaria de ver inculcada na mente de todos os brasileiros, principalmente os poderosos que determinam, que administram.

A imprensa nacional divulgou o então Território Federal de Rondônia, anos atrás como o “Eldorado”, fazendo um chamamento ao agricultor, ao pecuarista, com o slogan‖: “Integrar para não entregar”. Até aí nada espantoso, mas depois de muito trabalho, um grande número de habitantes deste pedaço de Brasil abandonado pelo Governo Federal, se vê indignado com o descrédito e o denegrir de sua imagem.

93 por cento são traficantes. Não é pra menos. Pelo menos na cabeça do fenômeno “Cartel Pânico”‖ (nome dado a Raquel Cândido e que não foi registrado, presumivelmente, por erro de datilografia). Não se sabe como pode ser tão audaciosa a “depenante”‖ de Rondônia no Congresso Nacional. Se 93 por cento da nossa gente rondoniense estão envolvidos com “aquela coisa”, equivale dizer que em cada família composta por 10 membros, mais de 9 não trabalham, isto é, não constroem, só destroem a sociedade usando e comercializando droga. Nessas alturas, como fica, até mesmo, a própria família da deputada? Ou os 07 por cento que se salvaram de suas denúncias são seus familiares?

Em síntese, a situação é de calamidade pública – já que o Governo Federal não dá atenção ao Estado de Rondônia – e não se pode atribuir a culpa a um só “protagonista da história”.

No vai-e-vem das investigações não se tem nenhum resultado definitivo, ninguém foi punido, e se o povo chegar e pedir explicações aos parlamentares de Rondônia no Congresso, a resposta não será lá tão complicada, e sim, imediata, autônoma, etc. “por que me elegeram”? Que fazer agora o eleitor? Voltar prá (sic) casa e se “preparar”‖ para as próximas etapas (ou tapas, como achar melhor interpretar).

As alianças políticas, em qualquer nível, deveriam ser estimuladas, são válidas num regime democrático como o que, no papel, se consolidou no Brasil. As divergências políticas em Rondônia são tantas que se transformam em climas de terror no Congresso. O povo leva nome de traficante, sem ter como se defender porque quem acusa são os próprios “defensores”. E assim vai… E não se sabe até quando vai durar […]

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