Energisa apoia o Projeto Quelônios do Guaporé, do Instituto Ecovale, em uma temporada marcada por cheias e desafios à reprodução das espécies
O ciclo de vida das tartarugas-da-Amazônia é um verdadeiro espetáculo natural que se repete todos os anos nas margens do Rio Guaporé, localizado na divisa entre Rondônia e Bolívia, uma das regiões mais ricas em biodiversidade da Amazônia. A desova, que marca o início da primeira fase do Projeto Quelônios do Guaporé, costuma transformar as praias da região em berçários naturais. A partir daí, inicia-se o processo de incubação dos ovos, que culmina, em dezembro, com a eclosão dos filhotes e seu retorno ao rio, um dos momentos mais esperados do projeto.Mas, neste ano, esse início de jornada enfrenta um cenário desafiador. Por causa das chuvas acima do normal na região, o nível do Rio Guaporé continua alto, deixando as praias menores e o espaço para a desova praticamente inexistente.
“Este ano, as condições estão muito adversas. O rio não baixou o suficiente, e isso reduziu drasticamente as faixas de areia onde elas costumam desovar”, explica o biólogo da Energisa Rondônia, José Carratte, que acompanhou de perto as ações desta primeira fase do projeto.
Segundo ele, o impacto é mais grave do que parece: “Quando as tartarugas não conseguem desovar no período certo, todo o ciclo é comprometido. A fêmea pode reter os ovos por mais tempo, o que afeta sua saúde e reduz a taxa de reprodução. Isso significa que, se a desova não acontece no tempo certo, poderemos ver menos filhotes nascendo em dezembro”, alerta Carratte.
Desafios e a força da adaptação
Neste ano, a Energisa Rondônia acompanhou pela primeira vez a etapa da desova, uma das fases mais importantes do ciclo dos quelônios. A presença da equipe técnica da empresa reforça o compromisso com a preservação ambiental e o apoio a iniciativas locais que unem ciência e conscientização.
Para José Soares, o “Zeca Lula”, presidente da Ecovale, a temporada tem sido marcada por desafios e aprendizados: “As tartarugas são símbolos de resistência. Mesmo diante das cheias, elas insistem em tentar. O que nos move é garantir que, quando o rio permitir, o ambiente esteja pronto para recebê-las novamente”, explica.
Energia limpa impulsionando a conservação. O apoio da Energisa ao projeto vai além da presença em campo. A empresa contribuiu com a instalação de placas solares na base do Instituto Ecovale, no Vale do Guaporé, uma iniciativa que tornou a operação mais autossuficiente e sustentável.
“A energia solar trouxe autonomia e eficiência para quem está na linha de frente da conservação desse projeto tão importante”, afirma Carratte.
Esperança nas águas do Guaporé
Mesmo diante das dificuldades, as equipes seguem firmes, com o olhar atento às mudanças do rio e à espera de condições mais favoráveis. “É um trabalho de paciência e fé na natureza”, resume Zeca Lula.
O Projeto Quelônios do Guaporé é desenvolvido pelo Instituto Ecovale, com apoio da Energisa. A iniciativa atua na proteção e monitoramento das tartarugas-da-Amazônia, promovendo educação ambiental e valorização da biodiversidade da região.
