FÚRIA REELEITO
A eleição para prefeito em Cacoal aconteceu dentro das expectativas do grupo do prefeito Adailton Fúria. Ele foi reeleito com extrema facilidade, e os resultados foram os seguintes: Adailton Fúria (PSD): 40.270 votos, 83,16%; Celso Popó (PL): 6.225 votos, 12,86%; e Almir Surui (PDT): 1.929 votos, 3,98% dos votos válidos. Neste sentido, não há como contestar o resultado da eleição, já que todos os candidatos tiveram a oportunidade de apresentar à população suas propostas e projetos. Nos bastidores da Eleição, algumas pessoas estão comentando que Fúria passou pelos adversários de campanha como o furacão Milton passou pelo estado da Flórida, nos Estados Unidos, esta semana, e simplesmente atropelou o candidato do PL e do PDT. Na eleição de 2020, o segundo colocado da eleição, Dr. Vasques, teve 12.692 votos. Assim, Celso Popó conseguiu menos da metade dos votos, mesmo com uma estrutura de campanha mais sólida. Algumas pessoas comentam que o prefeito reeleito teria a pretensão de deixar o cargo, nos primeiros meses de 2026, para disputar o governo de Rondônia, mas é muito cedo para esse tipo de avaliação, porque o cenário político do estado pode ter muitas alterações até as eleições gerais de 2026.
VALORES DA CAMPANHA
Em geral, as pessoas costumam dizer que os valores em dinheiro empregados numa campanha é que fazem a diferença nas urnas. Porém, no caso da eleição de prefeito, os números oficiais revelam outra realidade. Claro que estamos falando dos valores declarados pelos candidatos à Justiça Eleitoral. Conforme consta no portal do Tribunal Regional Eleitoral, os candidatos receberam as seguintes doações: Adailton Fúria R$ 382.109,40; Celso Popó R$ 340.500,00; Almir Surui R$ 440.200,00. É necessário informar que os candidatos e partidos possuem o prazo de 30 dias, após as eleições, para apresentar a prestação de contas. Então, não se pode falar em valores finais e outros números podem surgir, além do que não dá para afirmar que esses foram os únicos valores utilizados, porque a realidade pode ser bem diferente. Em diversos municípios brasileiros, políticos e assessores chegaram a ser presos, dias antes da eleição, transportando quantias significativas de dinheiro e os investigadores suspeitam que os recursos estariam relacionados com o chamado “caixa 2 de campanha”. Em Cacoal, porém, nenhuma denúncia nesse sentido foi divulgada sobre a eleição majoritária.
NÚMEROS IMPRECISOS
Assim como não é possível afirmar com certeza sobre valores empregados nas campanhas majoritárias, muito mais difícil é dizer os custos exatos das campanhas de vereadores, porque diversos candidatos começaram a investir em suas campanhas desde o início do ano e claro que esses gastos não irão aparecer nas contas oficiais de campanha, embora os comentários nos bastidores sejam muito comuns. Mesmo quando teve início a campanha oficial, muitos investimentos podem ter sido feitos sem passar pelos registros oficiais das prestações de contas. É lógico que os candidatos vão negar, principalmente no caso daqueles que foram eleitos, porque as prestações de contas fazem parte do processo que vai servir para a diplomação dos eleitos. Sendo assim, vamos partir do princípio de que os únicos valores utilizados pelos candidatos são aqueles declarados à Justiça Eleitoral, porque as declarações oficiais são os documentos válidos para garantir a prestação de contas. Importante esclarecer que não é competência da Justiça Eleitoral investigar sobre o uso de outros recursos que não estejam na prestação de contas, ainda que haja alguma suspeita. Além disso, seria muita inocência imaginar que algum candidato assumiria eventuais gastos que não sejam os oficiais.
EFEITO BOLSONARO
Desde o início oficial da campanha de prefeito em Cacoal, os organizadores e coordenadores da campanha do candidato Celso Popó (PL) avaliavam que a vinda do ex-presidente Jair Bolsonaro ao município poderia causar uma grande reviravolta na eleição, porque, segundo eles, Bolsonaro teria o poder de transferir muitos votos para os candidatos do seu partido. Um dia antes da chegada do ex-presidente ao estado, o senador Marcos Rogério, presidente estadual do PL, anunciou que teria ocorrido uma alteração na agenda e que Bolsonaro não viria a Cacoal. O motivo da alteração seria para reforçar a campanha de Mariana Carvalho (União Brasil), na capital do estado e Carla Redano (União Brasil), em Ariquemes. No caso de Porto Velho, a intenção era vencer a eleição no 1º turno, o que não aconteceu. em Ariquemes, Carla Redano venceu a eleição por uma diferença de 82 votos e por muito pouco não perdeu a eleição para a segunda colocada, Marlei Mezzomo (PP). Assim, não há como afirmar que o efeito Bolsonaro em Cacoal poderia transferir para Celso Popó quase 35 mil votos que pudessem dar a vitória ao PL na Capital do Café. Em Ji-Paraná, é difícil afirmar que houve uma grande transferência de votos, porque o candidato derrotado, Isaú Fonseca viveu muitos problemas com a justiça e chegou a ser afastado várias vezes do cargo, antes de disputar a reeleição e perder para Afonso Cândido, eleito com expressiva votação. Cândido venceu com mais de 20 mil votos de diferença.
MULHERES NO LEGISLATIVO
Após mais de 40 anos, a Câmara Municipal de Cacoal voltará a ter 3 mulheres no mandato de vereadoras. Foram eleitas a Dra. Amalia Milani (União Brasil); Nice Condaque (União Brasil); e Marilande Alves (PSD). Durante vários anos, a população questionou muito a ausência de mulheres no legislativo cacoalense e agora haverá muita expectativa em torno das mulheres eleitas, principalmente no sentido de diminuir as brigas pessoais ocorridas entre os vereadores na atual legislatura. A última vez que uma mulher foi eleita para o mandato de vereadora em Cacoal foi nas eleições de 2016, quando Maria Simões foi eleita no município. Agora as mulheres estarão representadas pelas três eleitas em 6 de outubro recente e vão carregar nas costas a responsabilidade de representar as mulheres cacoalenses e também os demais segmentos da sociedade. A coluna deseja todo o sucesso para as vencedoras e deseja que seus projetos em defesa das causas das mulheres, principalmente as mais necessitadas, sejam colocados em prática. No caso dos vereadores que buscavam a reeleição, apenas três deles conseguiram a vitória nas urnas e isto também revela que a população queria promover grandes mudanças na Câmara Municipal.
NOVO PRESIDENTE DA CÂMARA
Após as eleições, a grande mobilização agora é sobre quem será o presidente da Câmara Municipal de Cacoal. Claro que há vários pretendentes, mas a tendência é que tudo seja mesmo resolvido pelo prefeito reeleito Adailton Fúria, porque ele fará tudo para ter o controle da Mesa Diretora. É pouco provável que haja mais de uma chapa na disputa pela presidência da Casa de Leis e a tendência natural é que, em 1º de janeiro, tenhamos um presidente eleito com 12 votos, como aconteceu também na posse em 2021. Não dá para cravar nenhum nome, porque muitos interesses estarão em jogo, mas também não há razão para acreditar que haverá alguma novidade na dinâmica da situação. O presidente eleito, ou presidenta, estará à inteira disposição do prefeito, já que o grupo político liderado por ele elegeu 11 candidatos/candidatas. Como há vereadores reeleitos e outros que fazem parte da cota pessoal do prefeito, dificilmente teremos uma mulher no comando da Câmara Municipal. As pessoas falaram muito sobre a falta de mulheres no legislativo, mas as circunstâncias políticas indicam que a possibilidade de ter uma delas na presidência da Câmara de Cacoal, pelo menos nos 2 primeiros anos, é pequena.
MARAIANA CARVALHO x LEO MORAES
Embora o grupo de Mariana carvalho tenha se empenhando muito na campanha, na tentativa de vencer a eleição no primeiro turno, a população de Porto Velho irá às urnas mais uma vez, no próximo dia 27 de outubro, para decidir entre Mariana Carvalho (União Brasil) e Leo Moraes (Podemos). Mariana fechou o primeiro turno com uma diferença de aproximadamente 40 mil votos à frente de Leo Moraes, mas isto não dá a ela a certeza de vencer a eleição. O segundo turno da eleição acontecerá dentro de um conjunto de vários fatores que podem definir a eleição em um pequeno detalhe. Inicialmente os candidatos que não chegaram ao segundo turno devem se manifestar a favor de um ou outro. Porém isto também não define os resultados, porque os eleitores podem ter posições diferentes de seus candidatos. Aparentemente Leo Moraes estava meio abandonado, mas isso era uma situação do primeiro turno. Novos aliados devem surgir para a disputa final e a eleição deve ser equilibrada. Como Mariana Carvalho é a candidata do grupo do governador e do grupo do prefeito da capital, estes fatos não podem ser ignorados, já que a máquina pública possui grande peso numa eleição. Mas a decisão final será mesmo dos eleitores de Porto Velho.
SEGUNDO TURNO
Muitas pessoas costumam perguntar como é que funciona essa história de segundo turno. Então, vamos explicar. O segundo turno acontece nas eleições para os cargos do poder executivo, apenas nos municípios em que há mais de 200 mil eleitores, e quando o candidato mais votado tem uma quantidade de votos menor do que os demais. No caso de uma eleição para governador, é possível o segundo turno em Rondônia, já que há mais de um milhão de eleitores no estado. Nas eleições deste ano, somente Porto Velho terá o segundo turno, que será disputado entre os dois primeiros colocados, Mariana Carvalho e Leo Moraes. Em Porto Velho, havia 7 candidatos e candidatas disputando a Prefeitura Municipal, sendo que Mariana Carvalho precisava ter 1 voto a mais do que todos os outros juntos, o que não aconteceu. Neste caso, ela disputará a eleição com o segundo colocado, Leo Moraes, que acabou o primeiro turno com 40 mil votos a menos que ela. O segundo turno é praticamente uma eleição nova, visto que os candidatos terão o mesmo tempo de rádio e TV e novos aliados devem surgir para ambos os lados. Neste caso, haverá um debate na TV já marcado para o próximo dia 17 de outubro e há grande expetativa sobre como os candidatos vão se comportar. O debate pode ser determinante para a vitória de um ou outro nome.
CABOS ELEITORAIS
Um detalhe curioso em Porto Velho, e que pode fazer muita diferença no segundo turno, é que o grupo político de Mariana Carvalho elegeu simplesmente todos os 23 vereadores. Isto pode fazer muita diferença na disputa neste segundo turno, porque os vereadores eleitos representam cabos eleitorais com grande potencial para buscar votos. Claro que as brigas internas e a inevitável disputa pelo poder podem criar alguns obstáculos, mas é uma realidade que não pode ser negada por Leo Moraes, já que seu partido, o Podemos, não elegeu nenhum dos candidatos a vereador. O candidato mais votado do Podemos foi exatamente o irmão de Leo Moraes, que teve 1.023 votos. Para se ter uma ideia, Bruno Menos, o vereador eleito com menos votos na capital, teve 2.276 votos. Mariana Carvalho conseguiu juntar 11 partidos em sua coligação, o que também é um fato que terá grande peso na eleição do segundo turno. Inclusive, não está descartada a vinda de políticos de expressão nacional para a campanha dela em Porto Velho. No primeiro turno, Jair Bolsonaro foi um dos nomes que esteva na capital de Rondônia para a poiar a candidata do União Brasil. Como as capitais interessam para o cenário nacional, não se descarta a vinda de outras figuras nacionais.