VEREADORES EM FÉRIAS
A próxima segunda-feira, 13 de dezembro, marca o começo das férias dos vereadores de Cacoal. Em geral, eles odeiam quando alguém diz que os mais de 90 dias em que a Câmara de Cacoal não delibera sobre nenhum projeto são dias de férias. Eles costumam ficar chateados e falam que o nome é recesso. Porém, a Constituição Federal chama de recesso o período de, no máximo, 55 dias em que o legislativo suspende as atividades de deliberações e sessões ordinárias. Em Cacoal, nossos vereadores terão quase 400 dias de férias durante os quatro anos de mandato e não há mais nenhuma possibilidade de mudar nessa legislatura, porque eles votaram este ano e decidiram seguir com os 100 dias. A proposta de seguir as regras da Constituição Federal foi apresentada pelo vereador Romeu Moreira e defendida pelo vereador Paulo Henrique, mas enfrentou a oposição da maioria dos vereadores. Demais! Dos quatro anos de mandato, mais de um ano os vereadores usam como férias!!!
CADÊ OS 600 MILHÕES?
O governador Marcos Rocha adotou uma tática política que não possui efeito prático e que gera muito desgaste político. Ele costuma fazer eventos muito badalados para anunciar recursos que raramente caem nas contas das prefeituras. Alguns meses atrás, ele anunciou um grande pacote de obras em Cacoal, mas até hoje nada aconteceu. Agora, mais recentemente, ele reuniu centenas de vereadores e dezenas de prefeitos na capital do estado para anunciar que iria distribuir 600 milhões de reais aos municípios. É difícil imaginar que tantos recursos chegarão aos municípios em 20 ou 30 dias, porque a burocracia do serviço público não permite esse tipo de tramitação acelerada. Vários vereadores e prefeitos que participaram do evento na capital já usam as redes sociais e as tribunas das câmaras municipais para criticar duramente o governador. Recentemente o vereador Edimar Kapiche declarou na tribuna da Câmara de Cacoal que está revoltado com as promessas vazias feitas pelo governo e com o descaso com que o município de Cacoal tem sido tratado pelo secretário de saúde, Fernando Máximo.
CAMPANHA ANTECIPADA
Em Porto-Velho, muitas pessoas comentam nos bastidores políticos que o evento que reuniu prefeitos e vereadores tinha a finalidade de mostrar mais de perto os secretários do governador que pretendem disputar eleições no próximo ano. Segundo pessoas que frequentam a cozinha do Palácio Rio Madeira, o secretário de saúde de Rondônia, Fernando Máximo, e o Chefe da Casa Civil, Júnior Gonçalves, estão entre os assessores do governador que estarão na disputa por vagas nas eleições de 2022. Aliás, quando assumiu a chefia da Casa Civil, Junior Gonçalves fazia muitos discursos dizendo que não era político, era gestor. Durante o evento que reuniu vereadores e prefeitos, ficou claro que o principal objetivo era convencer pessoas a entrarem para o novo partido do governador, União Brasil, resultado da fusão entre PSL e Democratas. Na realidade, a união oficial ainda não aconteceu, mas os caciques nacionais já bateram o martelo. Assim, o coronel Marcos Rocha organiza seu batalhão eleitoral para buscar a reeleição em 2022, embora ainda haja muita água para rolar embaixo da ponte.
MARCOS ROCHA X CASSOL
Aliás, já que falamos do novo partido do governador de Rondônia, é interessante registrar que o presidente da república, Jair Bolsonaro, assinou recentemente a ficha de filiação do PL, partido liderado pelo ex-deputado Valdemar Costa Neto. Em Rondônia, o PL é controlado pelo grupo político do ex-senador Ivo Cassol, que espera uma definição do STF para saber se entra ou não na disputa pelo governo de Rondônia. Por outro lado, o União Brasil, sigla que Marcos Rocha parece ter o controle no estado, possui entre seus caciques nacionais diversos inimigos políticos do presidente da república, entre eles o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia. Se não houver uma composição entre os grupos do atual governador e do ex-senador Cassol, é muito difícil imaginar que o presidente Bolsonaro vai subir em palanques de Rondônia no primeiro turno, porque os dois grupos são bolsonaristas declarados. E não é somente isso, pois existem muitos interesses nos bastidores. Recentemente a deputada federal Jaqueline Cassol esteve no gabinete do Chefe da Casa Civil de Rondônia, Junior Gonçalves. A visita deixa claro que o grupo Cassol pode não estar tão rachado com o governo de Rondônia, como aparentava meses atrás.
INVERNO DOLOROSO
O inverno em Rondônia sempre acontece de maneira muito forte, mas este fim de ano promete ser bem mais intenso. As chuvas que caíram em Cacoal nos últimos dias deixaram centenas de famílias em situação calamitosa. Em vídeos e áudios que circularam nas redes sociais, muitas famílias mostraram suas casas completamente tomadas pelas chuvas e os móveis levados pela correnteza que se fez dentro das residências. Nas ruas, diversos veículos foram cobertos pelas águas e empresas foram inundadas. A equipe da Defesa Civil de Cacoal teve muito trabalho para minimizar os problemas e tudo indica que novos problemas podem acontecer brevemente, porque o inverno apenas começou. Algumas obras de drenagem que estão em andamento no município foram suspensas e devem ser retomadas somente no mês de abril, conforme anunciou o prefeito Adailton Fúria. Isto significa que até lá será preciso a população conviver com as chuvas e ficar sempre atenta. A Defesa Civil informou que infelizmente as últimas chuvas fortes não estavam previstas pelo serviço de meteorologia que atende o município. Esta situação causou ainda mais problemas, porque não houve tempo para alertar a população que reside nas áreas mais afetadas.
INTOLERÂNCIA RELIGIOSA
A polêmica causada pelo vereador Magnison Mota ao proferir um discurso de ódio contra as religiões afro-brasileiras ainda não ganhou um capítulo final. Na última segunda-feira, diversos representantes da Umbanda, Candomblé e outras religiões estiveram na Câmara de Cacoal cobrando uma retratação do vereador. A questão é que ele decidiu fazer uma viagem de última hora e não participou da sessão ordinária que tinha na plateia muitas lideranças das religiões atacadas por ele. Lideranças religiosas estaduais do Candomblé e da Umbanda manifestaram total repúdio às declarações do vereador e disseram que não vão aceitar os discursos de ódio, principalmente vindos de autoridades eleitas pela população. Em reunião com as lideranças religiosas de matrizes africanas, o presidente da Câmara de Cacoal ofereceu apoio para as religiões e disse que dará maior atenção. Durante a sessão, o vereador Paulo Henrique sugeriu uma retratação oficial da Câmara de Cacoal, o que deve ser encaminhada nos próximos dias.
CORAZINHO x FÚRIA
O vereador Valdomiro Corá esteve esta semana em um programa de TV e afirmou que o prefeito de Cacoal é um mentiroso contumaz. Corazinho acusou o prefeito de estar atuando nos bastidores para aumentar a tarifa das contas de água do município, numa manobra em que ainda não existe uma proposta em tramitação. O fato é que servidores do SAAE estiveram na Câmara de Cacoal e apresentaram uma análise de como estão os valores das contas. Os servidores afirmam que existe a necessidade do aumento, mas o prefeito não se manifestou sobre o tema. Em “live” gravada com os vereadores Corazinho e Paulo Henrique, o presidente do SAAE, Thiago Tezzari, informou que não houve nenhuma proposta do executivo para aumentar as tarifas e que os servidores têm todo o direito de reivindicar melhores condições de trabalho. Já existe nos bastidores políticos de Cacoal uma discussão sobre a possibilidade de privatização do SAAE e após esta polêmica certamente o assunto vai ganhar novos contornos.
COVID – 19 EM RONDÔNIA
A pandemia da covid-19 voltou com força nos últimos dias em Rondônia, principalmente nas maiores cidades do estado. Em Cacoal, os leitos estão lotados e os números de casos positivos atingem uma média de mais de 20 casos diários. Esta semana, uma servidora do setor de Covid-19 de Cacoal compartilhou áudio em diversos grupos nas redes sociais, questionando os números divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde de Rondônia, mas o áudio não possui caráter oficial. Desde o começo da pandemia, os boletins divulgados pela SESAU jamais foram questionados pela Administração Municipal, mas agora, com o visível aumento de casos no município, o prefeito e seus assessores dizem não aceitar os dados estatísticos. Esta situação causa muitas dúvidas na população e ninguém sabe que números seguir. Como não existe consenso entre estado e município, o melhor é a população evitar aglomerações e usar máscara, porque a realidade é que a doença hoje ainda representa uma séria ameaça.
PASSAPORTE DE VACINA
O prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, anunciou, poucos dias atrás, que suspenderia o uso de máscara em lugares abertos da capital, mas recuou da decisão, diante dos muitos casos que foram constatados nas últimas semanas. A decisão do prefeito é coerente, porque não é possível abrir mão das medidas de proteção neste momento de retomada da doença no estado, principalmente na capital do estado, que é frequentada por pessoas de todos os municípios e pode possibilitar a facilitação da infecção. Além de suspender a decisão que liberava máscaras em lugares públicos, o prefeito da capital decidiu criar o Passaporte da Vacina para o acesso aos órgãos públicos de todos os setores da administração municipal em Porto-Velho.