PARTIDO DOS TRABALHADORES
No próximo dia 11 de junho, o Partido dos Trabalhadores realizará em Cacoal um evento cuja finalidade é fazer a apresentação de pré-candidaturas do partido para todos os cargos em disputa este ano. A Direção estadual do partido é encarregada de organizar o evento que fará o lançamento da pré-candidatura de Lula e Alckimin para a presidência da República. Na ocasião, também serão apresentados os pré-candidatos a deputados estaduais e federais do PT para as eleições de outubro, entre eles o advogado Gervano Vicent, que é pré-candidato a deputado federal e a professora Lionilda Simão, pré-candidata a deputada estadual. Além dos pré-candidatos e muitas lideranças locais e regionais do PT, provavelmente estarão no evento o pré-candidato ao governo de Rondônia, Vinícius Miguel (PSB) e o pré-candidato ao senado Federal, Daniel Pereira (SD). O PT e diversos partidos de esquerda ou centro-esquerda fazem parte da aliança que apoia o nome de Luís Inácio Lula da Silva para a disputa de outubro. Além de Vinícius Miguel e Daniel Pereira, com certeza, o evento contará várias outras lideranças de outras siglas que fazem parte da aliança. Ainda não há a confirmação oficial, mas é possível que estejam no evento o ex-senador Eduardo Suplicy e a deputada federal Benedita da Silva.
ANIVERSÁRIO DA DEMOLIÇÃO
Hoje, 04 de junho, faz três meses que o prefeito Adailton Fúria fez um vídeo no local onde foram demolidas as pontes dos rios Pirarara e Machado para o anúncio da construção das pontes que são reivindicadas pela população há muitos anos. Na ocasião, o prefeito declarou que em muitos anos os políticos tinham enrolado a população e as obras não aconteceram, mas que se tornaram uma realidade na administração dele. O problema é que as obras caminham a passos de tartaruga e a impressão é de que estão paradas. Mas não aparece nenhum político de Cacoal para explicar por que as obras não andam com a mesma velocidade dos áudios e vídeos distribuídos no dia da demolição. Os moradores do bairro Floresta, região muito prejudicada pela falta das pontes, prometem fazer um bolo para comemorar os três meses da demolição. Resta saber se o prefeito será convidado. Claro que o prefeito vai se defender dizendo que a prefeitura de Cacoal nada tem a ver com a obra. Mas no dia da demolição ele fez de tudo no vídeo para tentar dizer que a obra era medida de seu governo. Coisas da política!
PICHECK, O DEMOLIDOR
O vereador João Paulo Picheck, aliado de primeira hora da administração municipal, parece não estar muito feliz com algumas atitudes do prefeito Adailton Fúria. O vereador é um dos maiores articuladores do prefeito dentro do legislativo e já assumiu posições de desgaste para ficar ao lado da administração, como é o caso do projeto que tinha como objetivo acabar com o feriado de carnaval e vários outros. Porém, na sessão da última segunda-feira, João Picheck fez críticas ácidas contra o prefeito e demonstrou irritação com a lives que Fúria costuma gravar. Picheck criticou o vídeo gravado pelo prefeito no ato de demolição das pontes e disse que na hora de demolir teve vídeo, mas agora ninguém aparece para dar andamento às obras. No início da gestão, os vereadores adoravam as lives do prefeito e passavam quase duas horas dando parabéns ao prefeito durante as sessões. Agora, essa história de lua de mel parece ter chegado ao fim e as campanhas eleitorais deste ano vão transformar a relação entre vereadores e prefeito em uma relação abusiva. Alguns vereadores que contam com o apoio do prefeito na campanha vão ficar muito irritados com ele.
VOLTA DA DEPRESSÃO
O vereador João Picheck não é o único aliado do prefeito que passou a criticar a administração. O grupo de WhatsApp denominado “Grupo da Depressão”, criado exclusivamente para atacar a ex-prefeita Glaucione e para idolatrar o então deputado Adailton Fúria parece ter cansado da lives do prefeito. A líder do grupo, Lu do Orquidário, tem feito duras críticas aos vereadores e ao prefeito Fúria. Durante a campanha em 2020, Lu do Orquidário declarava todos os dias que Cacoal não precisava de deputado e que bastava eleger Fúria como prefeito para resolver todos os problemas da cidade. Mas a depressão mudou de lado e agora o prefeito vai sentir a força do Grupo da Depressão. No caso do vereador João Paulo Picheck, em breve ele pode voltar a elogiar a administração e colocar todos os projetos para votar em tempo recorde para agradar o prefeito. Mas movimento da depressão talvez não seja domado com a mesma facilidade e o prefeito pode se preparar para enfrentar muitas críticas. No tempo em que Glaucione Rodrigues era prefeita, o pessoal da depressão costumava levar caixões para as sessões da Câmara de Cacoal. Vamos ver como será o clima na gestão do prefeito eleito pelo movimento da depressão.
EMPRESA NO PÁTIO DA ESCOLA
Falando em obras que não terminam, esta semana surgiu uma nova polêmica no município. O vereador Zivan Almeida usou a tribuna da Câmara de Cacoal para denunciar a existência de uma empresa privada instalada no pátio da escola José de Almeida. Segundo as denúncias feitas pelo vereador, a empresa utiliza a energia, água e o espaço do pátio da escola. O vereador Edimar Kapiche, que atua como uma espécie de porta-voz da administração municipal, pediu a palavra e disse que no tempo da gestão da ex-prefeita Glaucione Rodrigues foi feito um “acordo” para que a empresa fosse instalada no pátio da escola. Segundo ele, o acordo teria sido feito para evitar que a empresa pedisse um aditivo contratual em função dos ajustes de preços. O vereador não apresentou nenhum documento oficial que comprove o acordo e, caso esse documento exista, é um fato que precisa ser reavaliado. É sempre difícil entender a forma como atuam os vereadores de Cacoal, porque eles costumam falar de diversos fatos sem apresentar qualquer documento.
PROBLEMAS PEDAGÓGICOS
Não há como afirmar qual será o prazo para que a empresa seja retirada do pátio da escola, porque a administração municipal não apresentou nenhuma previsão de conclusão da obra. Mas a instalação de uma empresa privada no pátio de uma escola prejudica completamente o andamento das atividades, porque compromete o espaço de lazer dos estudantes e outras atividades pedagógicas que podem ser desenvolvidas pelos professores com seus alunos. E não se pode descartar outros problemas que podem acontecer. Diante da situação, e principalmente pelo fato de nenhum documento ter sido apresentado pelos vereadores ou pela Secretaria de Educação, não é possível afirmar quem está certo ou errado na história, porque a administração pública não funciona com palavras. Tudo precisa estar escrito e devidamente de acordo com as leis vigentes. Claro que os vereadores que foram eleitos para defender o prefeito dirão que o prefeito sabe o que faz, que não tem problema nenhum e que o “acordo” foi feito pela ex-prefeita Glaucione Rodrigues. Mas é preciso lembrar que faz um ano e cinco meses que o atual prefeito tomou posse e ele costuma dizer que “Cacoal tem pressa”.
TCHAU POEIRA
O programa “Tchau Poeira”, uma iniciativa do Governo de Rondônia para a pavimentação e manutenção de vias públicas, tem sido objeto de muitas disputas em Cacoal. O problema é que a prefeitura de Cacoal escolheu todas as ruas para receberem o recapeamento de asfalto, mas não combinou com os vereadores. Os vereadores de Cacoal parecem desconfiar que eles são convidados para participar apenas de situações nas quais precisam defender o prefeito, sem serem chamados para eventos em que a figura do prefeito é exaltada. E vários vereadores dizem isso publicamente. A escolha das ruas a serem recapeadas foi apenas mais uma situação. Entretanto, dizem que o deputado Cirone Deiró, que deve ser candidato à reeleição e está entre os principais aliados do governador e entrou na história e escolheu várias outras ruas diferentes daquelas preferidas pelo prefeito. Assim, acabou não sobrando nenhuma rua para os vereadores, nem mesmo os vereadores que costumam se reunir na residência do prefeito para ouvir seus conselhos. Aliás, a rua da casa do prefeito foi escolhida para ser totalmente recapeada, mas nenhum vereador falou nada. Enquanto isso o governo do Estado garante que todas as ruas contempladas no Tchau Poeira são escolhas feitas por cada Município. O estado recebe os projetos das Prefeituras e apenas executa os serviços, informou o governador em recente visita a Cacoal.
NO COLO DO CHEFE
O vereador Edimar Kapiche é um dos mais ferrenhos críticos do governador Marcos Rocha dentro da Câmara de Cacoal. São muito raras as sessões em que ele não faz duríssimas críticas contra o governador e seus secretários. Aliás, há várias sessões que Kapiche utiliza a tribuna da Casa de Leis para fazer discursos duros contra a forma de execução do “Programa Tchau Poeira”. Entretanto, quando está perto do chefe do Executivo Estadual, o vereador muda completamente seu humor. Durante a visita que Marcos Rocha fez na sexta-feira ao município de Cacoal, o vereador foi fotografado e filmado no colo do governador e com uma cara de muita felicidade. No momento em que o governador colocou o vereador no colo, uma animada plateia bateu palmas, entres essas pessoas estava o vereador Paulo Henrique e o deputado Cirone Deiró. Depois de ter sido carregado no colo pelo governador do estado (que até impressionou muita gente por seu porte atlético e força física), é possível que o vereador consiga indicar alguma rua para o “Tchau Poeira”. Caso isso aconteça, o prefeito Adailton Fúria pode ficar sem um de seus maiores aliados no legislativo cacoalense, a não ser que aconteça a criação da Guarda Municipal.
COMISSÃO DO SIGILO
Após muitos embates sobre a abertura ou não de uma CPI para investigar os desvios de combustíveis na administração municipal, a Câmara de Cacoal resolveu criar uma Comissão de Averiguação para acompanhar o caso. A comissão é formada apenas por vereadores que se manifestaram contra abertura da CPI: Zivan Almeida, Toninho de Jesus e Paulinho do Cinema. Na última sessão ordinária do legislativo, eles assinaram um requerimento pedindo a documentação que comprova as denúncias feitas pelo prefeito e avisaram que, quando os documentos chegarem à comissão vão ficar em sigilo. A decisão dos vereadores sugere que eles têm mais poderes do que os outros que foram igualmente eleitos para o mandato. Esse sigilo pedido pelos vereadores não está previsto em lei, porque a comissão criada por eles não tem poderes de CPI e não tem poder sequer para intimar suspeitos. Na prática, a Comissão de Averiguação servirá no máximo para provocar desgaste na imagem da Câmara de Cacoal.