Aquela percepção de que estaríamos numa tração de crescimento ao longo dos últimos meses se arrefeceu um pouco, de acordo com Roberto Dumas, professor de economia do Insper. “Com a queda do PIB em 0,1% no segundo trimestre do ano, enquanto o mercado esperava alta de 0,2%, a expectativa do mercado foi bastante afetada, prejudicando a atividade econômica. Esse resultado é a soma de diversos fatores, entre eles a inflação dos últimos doze meses chegando a quase 10%, a taxa de juros básica com previsão de atingir 8% até o final do ano e os mais de 14 milhões de desempregados”, explica. Para este ano há uma expectativa de crescimento da economia entre 4,5% a 4,7%, no entanto, segundo Dumas, tecnicamente esse resultado, se confirmado, será equivalente a um crescimento real médio em torno de 1%, considerando a herança estatística, ou seja, o crescimento registrado depois da queda. “Para 2022 o cenário é ainda mais desafiador por conta da crise hídrica e energética, taxa de juros mais alta, desemprego forte, depreciação cambial por conta de crise política e possível fuga dos investidores, tudo refletindo ainda mais na inflação. Além da renda da população, que continua caindo. Restará ao Brasil a exportação, mas que não é nosso principal motor de crescimento”, alerta.
Simpi promove curso “Como Empreender no Digital” com a jornalista Alexia Oliveira
Com o objetivo de melhorar as estratégias de vendas no digital e melhorar a identidade visual das empresas na web, a jornalista Alexia Oliveira dará um curso dirigido a MEI’s, micro e pequenos empresários, abordando as principais técnicas de venda e de aparência nas redes sociais. A ideia é um curso de 6h, online, via Meet, que promova a integração e aprendizado de forma coletiva. “A expectativa é a melhor! Afinal, a ideia é pegar as dificuldades de cada um e trazer soluções simples para serem utilizadas. De acordo com o presidente do Simpi, Leonardo Sobral, “os pequenos que não procuram as mídias para seus negócios estão perdendo novos clientes e boas oportunidades de negócios. De nada adianta a cabeleireira, a confeiteira, a costureira ou o micro industrial das confecções fazerem tantas coisas bonitas, se não colocar para as pessoas verem”, completa. O curso irá acontecer nos dias 27 e 28 de setembro e as inscrições pelo whats – 69 9 99330396
Reforma Tributária
A Câmara dos Deputados aprovou o texto base do Projeto de Lei 2337/2021, conhecido como Reforma Tributária do Imposto de Renda, e que faz alterações importantes na legislação. “Entre elas, a inclusão de um artigo estabelecendo que qualquer matéria no Conselho de Administração de Recursos Fiscais decidida por empate, prevalecerá vitória em favor do contribuinte, o inverso do praticado até então”, explica o advogado tributarista Mario Franco. Para ele, esses avanços diminuem o impacto que a reforma poderá trazer para as pequenas empresas, mas devemos aguardar as próximas decisões do Senado, pois o tema ainda deve render muito debate.
Simpi/Datafolha: Inflação alta e aumento dos custos trás pessimismo para a retomada dos negócios
Desde o ano passado, o mercado vem sentindo a persistente alta da inflação, cujos reflexos atingem diretamente empresas de todos os segmentos e consumidores. O aumento contínuo dos preços, além de diminuir o poder de compra do consumidor, está refletindo na produção das micro e pequenas indústrias, que sofrem com a alta de preços pelo oitavo mês consecutivo, fatores que somados reforçam a expectativa negativa dos entrevistados com a retomada dos negócios nos próximos meses. Segundo a pesquisa Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria, realizado pelo Datafolha, a pedido do Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias (Simpi), a expectativa de piora da inflação segue alta (61%), contra apenas 8% dos entrevistados que acreditam que vai diminuir e outros 30% que acham que fica como está. Em cenário prolongado de alta de preços, o Índice de Custos ficou abaixo de 100 pontos pelo oitavo mês seguido, indicando tempos difíceis para as micro e pequenas empresas. Para 79% das micro e pequenas indústrias, a alta no preço de insumos e matérias-primas foi o principal entrave enfrentado no período. Apesar de ainda alto, o índice é o menor registrado em 2021. Em segundo lugar, o maior problema para os negócios foi a falta de insumos (47%), seguido de atraso na entrega de materiais (45%) e baixa qualidade dos materiais (26%). De acordo com a pesquisa, a expectativa de melhora nos negócios para os próximos meses recuou de 59% para 54%, uma inversão da tendência de otimismo crescente desde março deste ano.