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12 de dezembro de 2024 – 10:52

Coluna do Xavier – CACOAL:  A EDUCAÇÃO, A SAÚDE E O MEXERIQUEIRO…

Por FRANCISCO XAVIER GOMES

 

CACOAL:  A EDUCAÇÃO, A SAÚDE E O MEXERIQUEIRO…

O universo político de Cacoal, infelizmente, é constituído de uma série de fatores e circunstâncias que realmente ninguém consegue entender, mas que fazem parte do folclore de Nossa Urbe Obediana. Em muitas situações, Cacoal nos lembra até mesmo a Sucupira de Odorico Paraguaçu, dadas as proporções, embora Odorico fosse bem mais habilidoso do que diversas personagens políticas da vida real na Capital do Café. A situação não envolve apenas políticos com deveres voltados para a circunscrição municipal e, justamente por isso, é que, muitas vezes, os resultados de atos dessas personagens criam transtornos que vão além dos limites geográficos e institucionais do município. Entre os problemas que causam embaraços, até mesmo na esfera estadual de governo, está a falta de critério que o governador adota para fazer escolhas políticas em Cacoal, resultando na escolha de pessoas que agem como elefantes numa loja de cristais, como é o caso do Secretário Regional de Governo que Marcos Rocha tem na região. E não é a primeira vez que essa secretaria revela a falta de habilidade do seu titular…

Como todo mundo sabe, Cacoal é um pseudopolo de saúde que deveria atender às demandas dos municípios compreendidos entre Jaru e Vilhena, mas que não atende sequer os pacientes de Cacoal com a dignidade devida, por falta de capacidade do secretário de estado da saúde, que é realmente muito fraco; por falta de deputados estaduais que defendam a saúde dos rondonienses que vivem no interior; por falta de políticos municipais com alguma capacidade para tratar do assunto e por falta de capacidade técnica e política do secretário regional. Aliás, é do secretário regional a obrigação de procurar saber dos problemas e demandas da região e cobrar do executivo estadual a execução de ações que realmente estejam voltadas para a realidade de Cacoal e do pseudopolo. A Secretaria Regional deveria promover uma ampla discussão com a sociedade, visando conhecer os problemas e discutir as soluções, de modo técnico, profissional e sem vassalagem. Sem essas medidas, as coisas acabam ganhando um tom de informalidade e o secretário, muitas vezes, age como um mexeriqueiro, em razão de desconhecer suas próprias atribuições e os mecanismos para buscar as soluções. Muitas dessas pessoas que hoje são colocadas em ônibus e levadas para a capital do estado não precisariam passar tanta humilhação, caso houvesse uma secretaria regional eficiente em Cacoal, mas não há…

No campo da educação, as coisas são mais organizadas, porque o Coordenador Regional de Ensino de Cacoal busca, diariamente, o contato com as escolas para que haja um funcionamento harmônico e eficiente das ações. É lógico que nem tudo acontece com a perfeição que se espera, mas não dá para negar que Bertino Neto é uma pessoa que se movimenta, com muita intensidade e habilidade, para alcançar os objetivos pretendidos nas escolas que atendem alunos da rede estadual. Sinceramente, é preciso registrar que não se pode afirmar o mesmo, em relação ao secretário regional de governo de Cacoal, porque, diferentemente da Coordenação Regional de Ensino, ele tem prestado um grande desserviço à sociedade, todas as vezes que ele tenta interferir no andamento da educação. Quem deve discutir sobre ações no setor de educação são as pessoas que conhecem o assunto, o que não é o caso do secretário Moura, uma vez que ele não conhece absolutamente nada sobre educação e menos ainda sobre articulação de ações de governo. Poucos dias atrás, o secretário regional criou uma situação completamente desnecessária, quando foi até uma das linhas mexericar. O secretário precisa perceber que as escolas possuem diretores e que a educação possui uma coordenação em Cacoal. Aliás, com um coordenador que funciona, situação diferente da secretaria de governo…

Em uma ação que reflete um elefante numa loja de cristais, o secretário regional de governo deu ouvido para um único pai de aluno, que não tem as informações corretas sobre as escolas, e criou uma confusão completamente desnecessária. Isso mostra a falta de talento para atuar na função. Em vez de promover a mexericagem barata, o secretário regional de governo deveria acionar o governo para exigir que a empresa Energisa faça o serviço necessário na escola Bernardo Guimarães, que os alunos da escola voltem a estudar no local e que os profissionais voltem ao seu local de trabalho. Muitos pais de alunos vivem inúmeras dificuldades, porque precisam transportar seus filhos até a escola Clodoaldo de Almeida. Isso implica transtornos para os pais e alunos, porque acabam envolvendo gastos que não estavam previstos. Esse é um assunto que deveria ser resolvido pela Secretaria Regional, mas, até hoje, a Energisa não apareceu para ligar o transformador. A empresa alega que tem prazo para fazer o serviço, mas isso deveria ser tratado como prioridade, porque os alunos têm direito de estudar no local onde foram matriculados. Isso, sim, deveria ser resolvido pelo secretário regional…

Caso o secretário regional e os políticos estaduais de Cacoal tratassem os estudantes como prioridade, certamente o transformador já teria sido ligado. Esse é o único impedimento para que os alunos voltem a estudar na escola, mas talvez o secretário regional tenha como prioridade a mexericagem sobre fatos minúsculos e que não possuem a dimensão que ele dá ao caso. Claro que, se fosse para cortar a energia de alguém, a Energisa não teria nenhum interesse em deixar passar tantos dias. Essas coisas revelam a falta de prioridades da secretaria regional e a fragilidade dos deputados estaduais eleitos por Cacoal, mas eles vão dizer que estão fazendo de tudo para que o transformador seja ligado. Não dá para entender por que essas coisas acontecem num município com quase 100 habitantes… Tenho dito!

 

FRANCISCO XAVIER GOMES

Professor da Rede Estadual e Jornalista

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