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12 de dezembro de 2024 – 10:38

COLUNA DO XAVIER: “CACOAL: AS AUTORIDADES, AS CASINHAS E OS FARISEUS…”

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*Francisco Xavier Gomes

A população de Cacoal assiste, já há vários dias, à polêmica relacionada com o sorteio das casinhas populares localizadas no Vale Verde, região um pouco distante do quadrilátero privilegiado de nossa Urbe Obediana. Até este momento, diversas autoridades políticas do município dão sinais claros de que não querem dar opinião sobre os fatos, para preservar a conveniência política do momento e pelo fato de não haver nenhuma eleição neste momento. Em período eleitoral, muitos desses políticos visitam todos os bairros da cidade, abraçam pessoas, beijam crianças e dizem que desejam ser eleitos para representar a população. Entretanto, este ano não haverá eleições… Enquanto isso, as pessoas que foram sorteadas para receberem a morada com que sonharam estão praticamente abandonadas por grande parte das autoridades, fato que revela a insensatez de muitos políticos. Aliás, enésimos políticos da Capital do Café parecem mais os fariseus na cátedra de Moisés, trecho registrado no livro de Mateus 23, 3-4, do que representantes da população. Claro que os políticos de Nossa Urbe Obediana jamais saberão o que está escrito na parte da bíblia aludida aqui, porque eles também não leem a bíblia; alguns, cinco ou seis pessoas, tentam ler, mas não entendem nada…

O nítido abandono das famílias sorteadas comprova que os políticos de Nossa Urbe Obediana ainda não se transformaram em cristãos eleitorais. Os cristãos eleitorais são aqueles políticos que pregam a bíblia, pregam o amor, pregam a harmonia, pregam a prosperidade, pregam os bons costumes, somente em período em que precisam de votos. Depois eles somem. Quando acontecer o período de entrega oficial das casinhas, o que geralmente ocorre em anos eleitorais, o palanque ficará pequeno para receber os políticos que farão discursos dizendo que sempre se dedicaram, dia e noite, para que as famílias recebessem suas casinhas. Eles estão escondidos hoje por duas razões muito simples: a primeira é que essa confusão gerada sobre a legalidade ou não do sorteio não garante juridicamente que as famílias sorteadas ficarão com as casas. A segunda é que ainda não ficaram definidos os palanques para 2022. Observe o leitor que Rondônia tem 24 deputados estaduais, 08 deputados federais, 03 senadores e centenas de políticos sem mandados que fazem discursos diários sobre diversos assuntos e dizem que amam a sociedade. Claro que é tudo mentira!!! Onde estão esses políticos que não defendem as famílias que ganharam as casinhas? Por que a administração municipal faz esse esforço todo para cancelar o sorteio? Por que o deputado do município esteve presente no momento do sorteio e até hoje está calado? Por que as famílias pobres têm que ser prejudicadas, se não cometeram nenhuma ilegalidade? Se os beneficiários do sorteio do ano passado são pessoas que precisam das casinhas e estão na lista de pessoas de baixa renda, por que a administração não mantém o sorteio? A resposta para essas perguntas é: porque este ano não há eleições. Os políticos cristãos estão em período sabático…

A posição dosconterrâneos de Obedis precisa mudar. Centenas de famílias vivem essa situação dramática de ganhar a casinha com a qual sonharam tantos anos e perder como num jogo de truco. Isso é absurdo!!!No caso dos vereadores, é justo registrar que os vereadores Corazinho e Paulinho do Cinema já disseram publicamente que não concordam com a mudança de resultado. Corazinho era presidente da Casa de Leis na ocasião e esteve no ato do sorteio acompanhado de Paulinho do Cinema. Se outros vereadores se manifestarem em defesa das famílias ameaçadas de perder as casinhas, o registro será feito, mas até este momento o que dizem os edis é que vão esperar para opinar depois. No caso de muitos deles, com certeza, jamais darão opinião, porque funcionam como mamulengos do Palácio do Café. O presidente da Câmara, Paulo Picheck, declarou esta semana, que já orientou as famílias que o procuraram a buscarem ajuda da Defensoria Pública, mas ele disse na ocasião que não sabe quem está errado. Essa posição do vereador não é compatível com a posição de quem esteve no sorteio, mas pelo menos não se colocou contra as famílias já sorteadas. Na realidade, as autoridades que possuem casa própria farão de tudo para se esconder desta discussão, porque diversos políticos de Cacoal, principalmente vereadores,preferem a vassalagem, em relação a Seo Antunes, a representarem a população. Como diria um piauiense amigo meu: “é fatos real”.

Embora eu não seja vereador, quero deixar minha posição bem clara sobre essas casinhas, porque tenho total aversão a posições políticas de quem fica em cima de muro. Houve o sorteio? Sim! Nenhuma pessoa entre as sorteadas praticou nenhum ato para fraudar o sorteio? Não! As pessoas beneficiárias preenchem os requisitos para ganhar casas do programa? Sim! Se for esta a realidade, por que as sorteadas devem ser prejudicadas? Quem vai arrumar casa para as pessoas que forem prejudicadas, mesmo que preencham os requisitos sociais? Os vereadores que afirmam ter dúvidas sobre quem está certo ou errado, falam das autoridades envolvidas no assunto, mas ignoram as pessoas pobres que ganharam as casas. Essa postura de pelego não cabe para vereadores que prometeram defender a honra e dignidade dos menos favorecidos. Não interessa quem está errado, entre as autoridades que estão envolvidas no sorteio ou no eventual cancelamento. Este assunto deve ser tratado no âmbito adequado. O que interessa é que as pessoas que ganharam as casinhas não podem ser prejudicadas, não podem ter seu sonho jogado no lixo, pela falta de responsabilidade ou falta de respeito das autoridades. É covarde, desumana e asquerosa a conduta de quem tenta consertar eventuais erros de autoridades, seja lá quem for, punindo de forma tão cruel as pessoas que em momento algum contribuíram para cometer qualquer ilegalidade. Cancelar o sorteio é punir as pessoas pobres, desamparadas e honradas que sonharam com as casinhas. Isto não pode ser aceito nem nos sistemas totalitários mais cruéis!!!

A sugestão que dou para as pessoas que defendem o cancelamento do sorteio, sejam elas de Brasília, Cacoal ou da cátedra de Moisés, é que busquem novos recursos, construam novas casinhas e distribuam para as pessoas que não tiveram os nomes sorteados no ano passado, porque, assim, as pessoas pobres serão abrigadas e também serão abrigadas posições políticas dúbias ou triplas daqueles que, embora tenham a obrigação de defender a população, preferem as sombras da omissão, da covardia e da vassalagem… Tenho dito!!!!

*FRANCISCO XAVIER GOMES – Professor da Rede Estadual e Articulista

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