*Por FRANCISCO XAVIER GOMES
A campanha eleitoral começou, oficialmente, em 16 de agosto e todos os candidatos já estão nas ruas, levando suas propostas e discursos de amor a todos os setores da sociedade, com as promessas mais inusitadas possíveis. Saúde, educação, agricultura, estradas, social, segurança… Nada ficou de fora das musiquinhas de campanha, dos panfletos e adesivos. E já tem eleitores apaixonados por muitos candidatos a todos os cargos. Isso sem esquecer dos “cientistas de uatizápi”, que, todos os dias, declaram quantos candidatos serão eleitos em cada nominata, embora o quociente eleitoral somente seja possível com os votos apurados. Não há nenhuma possibilidade de determinar este número antes do dia 02 de outubro, mas os “cientistas de uatizápi” já fizeram as contas. Enquanto isso, a obtusidade reina livremente…
Como o período de campanha é muito curto, e muitos candidatos são completamente desconhecidos da grande maioria dos eleitores, talvez o caminho mais prudente seja o eleitor buscar as informações corretas sobre os candidatos, objetivando que tenhamos um resultado nas urnas que sugira boa representatividade para os próximos anos. Porém, infelizmente, ainda há um grande número de rondonienses dizendo que temem o ataque de hackers contra as urnas eletrônicas e as fraudes. Desde o início deste ano, a Justiça Eleitoral promove, com frequência, excelentes treinamentos para explicar como funcionam as urnas eletrônicas e como se dá todo o processo eleitoral. No portal do Tribunal Superior Eleitoral e do Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia, estão todas as informações sobre as urnas, sobre as sessões, sobre o sistema de fiscalização. Tudo com acesso em minutos. Mas a turma da obtusidade prefere acreditar em mentiras sem nenhum fundamento. Essa história de hackers atacarem urnas não existe, por uma razão muito lógica: hackers atuam na internet. As urnas eletrônicas não possuem nenhuma conexão com a internet. Mas muitas pessoas preferem abrir mão de todas as informações oficiais da Justiça Eleitoral e acreditar em mamadeira de piroca. Que coisa esquisita!!!
O curioso é que os mesmos eleitores que fazem campanhas levianas contra as urnas eletrônicas, espalham fake news e tentam manchar a imagem da Polícia Federal, OAB e outras instituições que fiscalizam a eleição não percebem que são enganados pelo “Amor Eleitoral”. E o que é o “Amor Eleitoral”? É um sentimento de amor muito forte que acomete muitos candidatos (há exceções), somente em períodos eleitorais. Essa patologia provoca amor às criancinhas, amor aos mendigos, amor à educação, amor à saúde, amor à segurança pública, amor aos agricultores, amor às estradas, amor aos postos de saúde, amor aos idosos, amor aos estudantes, amor aos deficientes, amor aos brasileiros que passam fome, amor aos indígenas… E cuidado, leitor! Essa patologia é muito contagiosa. A boa notícia é que tudo passa, um dia após as eleições, e todos os candidatos que declararam este tipo de amor somem por uma temporada. Ás vezes, por dois anos; às vezes por quatro anos… Mas a doença fica incubada e pode ser ativada com muita facilidade, em qualquer outra campanha eleitoral. Basta lembrar quantos candidatos a prefeitos e vereadores foram acometidos pela citada patologia em 2020, sumiram por um tempo e hoje estão nas ruas… Os que forem derrotados em 02 de outubro colocarão a culpa nas urnas e nos eleitores; os que forem eleitos vão aparecer somente em outras eleições…
O Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia colocou à disposição de todos os eleitores, no portal do tribunal, todas as informações necessárias sobre o funcionamento das urnas, além de informações sobre a seção eleitoral de cada eleitor. No mesmo portal, as pessoas podem fazer a inscrição para mais um curso que acontecerá entre os dias 22 a 26 deste mês. Neste curso, as pessoas podem tirar todas as dúvidas possíveis sobre urnas e eleições. O mesmo portal serve para fazer denúncias sobre eventuais fatos ocorridos durante todos os atos do processo eleitoral. Não dá para aceitar a obtusidade como regra, diante de tantas informações oficiais. Em muitos casos, a desinformação eleitoral é pura má fé!!!
Finalmente, esclareço aos leitores que não sou funcionário da Justiça Eleitoral, não sou da Polícia Federal e ainda não tenho a credencial da OAB, mas minha atribuição de jornalista me obriga a levar ao leitor as informações corretas e combater a desinformação, ainda que a turma da obtusidade faça beicinho. Assim, não posso aceitar as mentiras contra as urnas eletrônicas, a divulgação de fake News e o amor eleitoral como fatos naturais, porque isso é algo vexatório… Tenho dito!!!!
FRANCISCO XAVIER GOMES
Professor da Rede Estadual e Jornalista