Em Seu Silêncio… silencio
Dentre os dias anotados na parede de um castelo,
Marca-se, naquele dia, um coração – um paralelo:
Da felicidade e o fascínio – do encontro e a magia.
Na tímida face, e aparência… olhar: um ser angelical,
De cuja força, e empatia, brilha a luz celestial;
Refletindo, no meu peito, novo ritmo e alegria.
Entrelaços e abraços, alma gêmea: Nárnia à vista,
Sabe a mel e bons beijinhos, essa química realista.
Sabor de vida, sabor do beijo – voo alto, às estrelas,
Pinta-Silva e Rodrigueira, entre ninho e bom prazer,
No jogo de cartas da vida, sem azar; e bom lazer.
Em revoada na selva, algazarra, rodopio em ciruelas.
A brisa que traz o aroma dos ipês, do alecrim…
Se enfurece e se faz mágoa, e duela contra mim.
De tal sorte, de tal sina – me disperso, incontinenti,
E no farfalhar das folhas – enumeradas – pelo chão,
Mexericos, malfeitores me distraem – à contramão.
E, à espreita da amada, que vai longe – resiliente.
Passa o tempo, passa a hora – muda o jogo: alvorada!
O domínio do Valete, cai por terra – malograda,
E as algemas da Rainha: o degredo, ou fingimento.
No abstrato silêncio – maldade! Que revolvia tal alma,
Surge o grito, vai o pranto; e em sorriso, e doce calma:
Voa aos braços do Amado e – adeus ao seu tormento.
Vicente Coelho.
Sonhos Que Navegam
Por Geraldo Gabliel
Traz-me à baila sobre ondas – mar bravio!
Essa nau da Existência, ao navegar à Lusitana,
Desde a Roca, no farol do Castelo de Viana:
Brava gente – sem temor, e amor gentio.
Essa malta e ventura, sob a estrela de Davi,
Já à vista, no horizonte, da Madeira e os Açores.
E vai além, não se aflige e, sem rumores:
Vive ao Mar onde navega, e ora: vis-à-vis!
Em seguindo, tantas léguas, e paragens,
Vê-se o prisma do Pascoal, em doce brisa.
Onde, com fé, em se plantando tudo dá!
Terra de araras, colibris – tantas miragens!
E a alma, embebida em tal beleza – realiza:
O Eldorado, amor gentil – meu Shangrilá…
Geraldo Gabliel.