Nas últimas semanas, a compra de vacinas contra o coronavírus se tornou o principal ponto de tensão entre governadores de Estados e o Palácio do Planalto.
No começo da semana, o governo de São Paulo anunciou que iniciaria a vacinação da população contra o novo coronavírus em 25 de janeiro — o anúncio foi feito antes mesmo de o governo federal lançar a versão final do seu plano de imunizações.
Em resposta, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom) publicou nota afirmando ser “populismo barato e irresponsável” anunciar a vacinação antes do imunizante ser liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) — a vacina CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan, ligado ao governo paulista, ainda não obteve o registro da agência.
Na manhã desta terça-feira (08), o governador tucano de São Paulo, João Doria, e o ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello, trocaram altercações durante uma reunião entre governadores e o ministro para tratar do processo de compra de vacinas contra a Covid-19.
“O que difere privilegiar duas vacinas em detrimento de outra?”, perguntou Doria. “É uma questão ideológica, política ou falta de interesse em disponibilizar mais vacinas?”, criticou ele, acusando o governo federal de não ter investido na vacina do Instituto Butantan por causa de um preconceito do presidente Jair Bolsonaro. (BBC)