Em 2018, PF apurou que deputada, que é presidente do PT, recebeu mais de R$ 800 mil em contratos com o antigo Ministério do Planejamento
Uma investigação conduzida pela Polícia Federal sobre indícios de que a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) cometeu crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica na época que o ex-marido dela, Paulo Bernardo, foi ministro do Planejamento, está há quatro anos sem uma solução do STF (Supremo Tribunal Federal). A deputada é presidente do PT.
Em 2018, quando Hoffmann era senadora, a corporação enviou à Corte os resultados do inquérito sobre a parlamentar, apresentando provas de que ela recebeu mais de R$ 800 mil de contratos firmados entre o Planejamento e a empresa Consist, companhia que administrava empréstimos consignados para servidores públicos federais.
Segundo a PF, o esquema teria começado quando Paulo Bernardo foi ministro da pasta, entre 2005 e 2011. De acordo com a Polícia Federal, Hoffmann teria colaborado para acobertar a fonte dos recursos do esquema e eventuais movimentações do dinheiro. As investigações da corporação fizeram parte da operação Custo Brasil, um desdobramento da Lava Jato.
O inquérito foi remetido ao STF ainda em 2018 e tramita sob segredo de justiça. No início, o caso ficou a cargo do ministro Dias Toffoli, mas ele foi retirado da relatoria do processo, que foi distribuído à ministra Cármen Lúcia. Desde então, ela recebeu manifestações da PGR (Procuradoria-Geral da República) sobre as investigações da PF, mas ainda não avaliou nenhum tipo de denúncia contra Hoffmann.
Ao R7, a assessoria de Gleisi Hoffmann respondeu que “em relação ao caso Consist, trata-se de inquérito instaurado há mais de seis anos, período em que não foi produzido nenhum indício de irregularidade por parte da deputada Gleisi Hoffmann, nem sequer foi apresentada denúncia contra ela. Diante disso, em maio de 2019 a defesa peticionou pelo arquivamento do inquérito no STF, que aguarda manifestação da PGR”.