Da Redação – A moda está passando por uma transformação silenciosa, mas significativa. Em vez de seguir tendências sazonais e ciclos acelerados de consumo, cresce o número de pessoas que buscam roupas com conceito, expressão e estética próxima da arte. O movimento, ainda restrito no Brasil, encontra na artista de moda Ana França uma das principais referências.
Com mais de duas décadas de atuação em alta costura, Ana inaugurou recentemente uma galeria em Minas Gerais dedicada à moda com viés artístico. O espaço propõe repensar o papel da roupa no cotidiano e em momentos marcantes, como casamentos e celebrações.
“A busca por esse tipo de moda não acontece apenas por estética, mas por uma necessidade contemporânea de individualidade e significado”, afirma Ana. “Em um mundo onde tudo é massificação e repetição, encontrar roupas com propósito é uma forma de afirmação pessoal.”
A aproximação entre moda e arte não é nova, mas ganhou novos contornos com o amadurecimento de movimentos como o slow fashion, o design emocional e a personalização autoral. A roupa passa a ser compreendida como extensão da subjetividade de quem a usa.
Apesar da crescente demanda internacional por moda com identidade artística, no Brasil o público ainda é restrito. Fatores como custo, desconhecimento e predomínio do fast fashion dificultam a expansão. Mesmo assim, iniciativas como a de Ana França revelam que há espaço para propostas que dialoguem com um público mais sensível.
“São pessoas que procuram vestuário como experiência estética e emocional, principalmente em ocasiões marcantes, como casamentos, onde o ato de vestir ganha também valor simbólico”, explica.
Graduada em Design de Produtos pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), Ana França é especialista em moda noiva pelo Instituto Marangoni, de Paris. Com formação em design artístico de moda com ênfase no comportamento humano, acumula em seu portfólio mais de 600 vestidos de noiva e dezenas de peças para convidados.
MF Global
