O presidente, Raduan Miguel Filho, homenageou a força de trabalho que é maioria na instituição
As experiências e trajetórias de mulheres notáveis foram evidenciadas no evento que marcou o Dia Internacional da Mulher no Tribunal de Justiça de Rondônia, no Fórum Geral de Porto Velho e transmitida a todo estado pelo canal do TJRO no youtube. “Quem dá a alma e a vida ao Judiciário são as mulheres, que hoje compõem a maioria da força de trabalho do Tribunal. E todas estão onde estão pelo reconhecimento da competência”, reconheceu o presidente, desembargador Raduan Miguel, na abertura do evento.
Também na mesa, o diretor da Emeron, desembargador Alexandre Miguel, falou do papel das mulheres na transformação do Judiciário. “Sou testemunha dessa história com a importante colaboração das mulheres, sempre com uma percepção especial”, disse. A juíza auxiliar da presidência Karina Sobral destacou o papel agregador das mulheres. “Todos nós precisamos de ajuda, de cuidado uns com os outros. Por isso é o momento de homenagearmos e reverenciarmos todas as mulheres”. A secretária Judiciária de 1 grau, Carla Janaína, saudou a todos e deu boas vindas. “Nós fazemos a diferença na vida de muitas pessoas, sobretudo de quem convivemos diariamente”, reconheceu. A representante do grupo denominado “Aurora”, Cecileide Correia, fez um histórico da trajetória do projeto Aurora, que reflete a participação feminina na instituição. “Surgimos na pandemia, mas hoje continuamos a refletir. Vamos buscar um olhar colaborativo entre nós”, analisou.
Em seguida, a psicóloga Mariângela Onofre, também integrante do projeto Aurora, conduziu uma dinâmica interativa, que proporcionou a participação de servidoras, indicando mulheres que as inspiraram em suas trajetórias na instituição. O momento trouxe bastante emoção ao evento.
Inspiração
Porém, a comemoração atingiu seu ponto alto com a fala de três convidadas, que trouxeram exemplos e reflexões sobre suas atuações, dentro e fora da instituição. Em formato de TED Talk, elas tocaram o público com suas histórias.
A juíza Juliana Paula rememorou os momentos marcantes como a conquista do primeiro lugar no concurso para juízes e a realização do sonho da maternidade com o nascimento dos dois filhos. Falou também sobre momentos difíceis, como um período de depressão que enfrentou e superou. “Tinha dois motivos para não desistir, os meus filhos”, disse. Para finalizar, falou de sua contribuição com o produto de sua pesquisa no mestrado, que consistiu na criação do aplicativo “medida protetiva”, que facilitou o acesso de mulheres vítimas de violência doméstica. “Já recebi áudios pelo aplicativo de mulheres dizendo: eu quero viver”, destacou.
A assistente social, Inês Oliveira, já aposentada, se disse orgulhosa de pertencer à história do Judiciário rondoniense. Pioneira no serviço, relembrou os percalços para implantar os fluxos de trabalhos. “Tivemos de ser proativas. Pedimos para que as pessoas atendidas na área de família, passassem pelas profissionais, o que foi transformando o acesso das pessoas ao Judiciário”, contou. Um episódio aplaudido por todas foi a conquista de usar calças compridas, o que no Judiciário de todo o país não era permitido às mulheres. “Nós conversamos com o presidente César Montenegro e ele acatou nosso pleito: fomos as primeiras a usar e isso aos poucos foi disseminando”, lembrou.
A fotógrafa Marcela Bonfim, a terceira e última convidada, destacou o seu despertar, a partir de sua vinda para a Rondônia, para uma conscientização racial. “Rondônia é uma terra que me fez enxergar como mulher negra e como uma profissional da imagem”, contou. Mesclando reflexões com apresentações musicais, trouxe ao público sua vivência, revelando por meio de suas fotos, a rica contribuição de povos negros amazônicos. “Todo o percurso que eu busquei nesses 14 anos foi buscar histórias que me traziam força, com enorme potencial de explosão. Rondônia me trouxe isso tudo, enegrecer com dignidade”, completou.
Para encerrar, a servidora da presidência Dallete Passos, talento revelado na Mostra Cultural do Judiciário, brindou a todos com uma apresentação musical com canções emocionantes como “Sangrando”, do compositor Gonzaguinha e “Tocando em frente”, de Almir Sater e Renato Terra, com grande participação do público.
(Assessoria de Comunicação Institucional/TJRO)