No próximo dia 23 de agosto Tribuna Popular completa 41 anos de existência e nesse período resistiu a todo o tipo de dificuldades até se consolidar como o veículo de comunicação mais antigo de Rondônia, em circulação até aos dias de hoje. O jornal foi fundado em 1980 pelo recém casado Adair Perin, com o apoio de sua esposa, a jovem Leane Perin. Os filhos, Adriane (1982), Tales (1983) e Giliane (1988) testemunharam o esforço dos pais para que o sonho idealizado não sucumbisse.
Como todas as áreas do conhecimento humano, Tribuna Popular também não tem como fugir às transformações, que às vezes são boas, mas num primeiro momento parecem representar uma ruptura, o rompimento de um elo histórico. No próximo dia 27, o jornal irá circular pela última vez em sua versão impressa, mas seguirá vivo agora no ambiente virtual, buscando o aprimoramento contínuo e o seu fundador, Adair Perin, a família Perin e os seus colaboradores firmam um pacto de continuar a divulgar os fatos que são notícias, com lealdade e fidelidade aos valores que norteiam o bom jornalismo, agora em versão exclusivamente online.
Desde sua fundação, em 1980, Tribuna Popular passou por várias fases quanto à sua confecção e distribuição à população, tendo aderido também ao universo digital desde algum tempo, mas o que não mudou foi a maneira séria e ética de divulgar os fatos que são notícias em nossa cidade. Outro fato importante é que o jornal foi o nascedouro de vários jornalistas que atuam ou atuaram em nosso país, cujos nomes não me arrisco a nominar, porque foram muitos, e não quero cometer injustiças, deixando um ou outro de fora. Entre eles, está este que vos escreve esta crônica. Sim, Daniel Paixão teve sua primeira carteira assinada como jornalista na Editora Tribuna Popular, em 23 de outubro 1987, quando o jornal ainda tinha sete anos de fundação.
Tenho orgulho de ver parte da história deste histórico jornal. Pude testemunhar o Perin batalhando com um jornal impresso através de linotipo, maquinaria que à época começava a ficar defasada com o surgimento nas capitais de um sistema conhecido como OFF-SET, mas que ainda era o padrão na maioria das cidades do interior do país. Depois, o jornal também se modernizou, aderindo às inovações que se impunham.
Os tempos eram trabalhosos, mas bate-nos uma saudade em lembrarmos do quão éramos felizes no que fazíamos e quanta alegria nos trazia ver o jornal impresso nas madrugadas de quinta para sexta-feira. As dificuldades eram compensadas pela satisfação do chefe Perin em ver o jornal impresso e de nós, funcionários, com a sensação do dever cumprido.
Dificuldades à parte, o que importava mesmo era o profissionalismo com que Tribuna Popular sempre atuava. No meu caso, atuei como repórter, redator e depois como redator-chefe, à medida que ia ganhando experiências. Acabei saindo por um tempo de Cacoal, mas levei comigo os conhecimentos que adquiri para atuar em jornais como Folha Pimentense e Correio do Interior (RO), Voz do Povo (SP) e O Povo (ES). Depois de um tempo fora de Cacoal, retornei à esta terra abençoada no final de 1999, onde conciliei meu trabalho como assessor de imprensa de alguns órgãos de governo e depois de servidor público concursado com o de colunista da Tribuna Popular, onde escrevo até hoje este Papudiskina.
Embora 41 anos não seja um tempo tão grande na escala universal do tempo, se considerarmos que nossa galáxia tem alguns bilhões de anos, nesse lapso vimos muitas inovações tecnológicas praticamente desaparecerem para que outras surgissem. Algumas dessas tecnologias foram usadas por este colunista na Tribuna Popular como o telex e depois o fax (hoje substituídos pelo E-Mail, vídeo-conferência e redes sociais). Também vimos a máquina de escrever ficar para escanteio e em lugar dela surgiu o computador.
A maior transformação de todas, no entanto, pelo menos em minha visão e creio que muitos coincidem comigo nessa avaliação, foi a internet. Justamente nesse ambiente é que Tribuna Popular, começou a transitar a partir de 2015, em princípio em caráter experimental e em paralelo com o jornal Impresso, mas que agora será o novo lar definitivo deste jornal em www.tribunapopular.com.br.
Por Daniel Oliveira da Paixão
