Os policiais inscritos tiveram conhecimento das técnicas de identificação macroscópica de madeira com representantes de instituições parceiras, como a Unidade de Prevenção aos Crimes Ambientais do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), além de PRFs destacados e com conhecimento elevado a respeito do tema.
Aliada à parte teórica, os servidores passaram por atividades práticas de fiscalização nas rodovias, como forma de aprimorar o conhecimento adquirido em sala de aula. Somente nesses quatro dias operativos, 135 m³ de madeira, 18 m³ de carvão e 6 mil unidades de produto acabado foram apreendidos – o equivalente a sete caminhões – além de quatro animais silvestres resgatados. No total, houve registro de 23 ocorrências de crimes ambientais, nas quais 27 pessoas foram detidas e assinaram Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).
De acordo com Edevar Sovete, analista ambiental do Ibama e um dos palestrantes, a participação do Ibama no nivelamento de identificação de madeiras em nível macroscópico contribui para aproximar as instituições envolvidas nas atividades de fiscalização: “oportunidade de trocar experiência e fortalecer o combate aos ilícitos ambientais”, afirmou o servidor.
Também orador durante o NIMEM e uma das referências nacionais do órgão no quesito fiscalização ambiental, o PRF Edivaldo Machado lembra que a Missão Institucional da Polícia Rodoviária Federal em defesa do meio ambiente está inserida no seu Mapa Estratégico (2023 a 2028), no qual consta que a instituição atua e quer ser reconhecida pela sociedade pela sua excelência no trabalho policial.
“Com essas capacitações, os policiais rodoviários federais tornam-se aptos para constatar as fraudes relacionadas às divergências de espécie, isto é, quando as espécies declaradas/autorizadas no documento florestal não condizem com as espécies, de fato, transportadas.”, destaca Edivaldo.
O treinamento foi promovido pelo projeto CRIMFLO – Fortalecimento da Resposta do Sistema de Justiça a Crimes Florestais, uma iniciativa do Programa Global sobre Crimes que Afetam o Meio Ambiente (GPCAE) do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), com o apoio do Escritório Internacional Antidrogas e de Aplicação da Lei (INL) do Departamento de Estado dos EUA, e em parceria com o Ibama.
Alexander Walsh, Coordenador da Unidade de Prevenção a Crimes Ambientais do UNODC Brasil, destacou a importância da atividade e do trabalho conjunto interinstitucional. “Treinamentos como esse são essenciais para aprimorar as habilidades e conhecimentos dos agentes de segurança em campo, fortalecendo os esforços para a preservação dos recursos naturais e tornando as operações de fiscalização ainda mais eficientes, como ficou claro com os resultados alcançados”, explicou.