Neste dia 23 de agosto Tribuna Popular completa 40 anos de existência e nesse período resistiu a todo o tipo de dificuldades até se consolidar como o veículo de comunicação mais antigo de Rondônia, em circulação até aos dias de hoje. O jornal foi fundado em 1980 pelo recém casado Adair Perin, com o apoio de sua esposa, a jovem Leane Perin. Os filhos, Adriane (1982), Tales (1983) e Giliane (1988) testemunharam o esforço dos pais para que o sonho idealizado não sucumbisse.
Desde sua fundação, em 1980, Tribuna Popular passou por várias fases quanto à sua confecção e distribuição à população, mas o que não mudou foi a maneira séria e ética de divulgar os fatos que são notícias em nossa cidade. Outro fato importante é que o jornal foi o nascedouro de vários jornalistas que atuam ou atuaram em nosso país, cujos nomes nem ouso citar, porque foram muitos. Entre eles, está este que vos escreve esta crônica. Sim, Daniel Paixão teve sua primeira carteira assinada como jornalista na Editora Tribuna Popular, em 1987, quando o jornal ainda tinha sete anos de fundação.
Tenho orgulho de ver parte da história deste histórico jornal. Pude testemunhar o Perin batalhando com um jornal impresso através de linotipo, maquinaria que à época começava a ficar defasada com o surgimento nas capitais de um sistema conhecido como OFF-SET, mas que ainda era o padrão na maioria das cidades do interior do país. Depois, o jornal também se modernizou, aderindo às inovações que se impunham.
Os tempos eram trabalhosos, mas bate-nos uma saudade em lembrarmos do quão éramos felizes no que fazíamos e quanta alegria nos trazia ver o jornal impresso nas madrugadas de quinta para sexta-feira. As dificuldades eram compensadas pela satisfação do chefe Perin em ver o jornal impresso e de nós, funcionários, com a sensação do dever cumprido.
Dificuldades à parte, o que importava mesmo era o profissionalismo com que Tribuna Popular sempre atuava. No meu caso, atuei como repórter, redator e depois como redator-chefe, à medida que ia ganhando experiências. Acabei saindo por um tempo de Cacoal, mas levei comigo os conhecimentos que adquiri para atuar em jornais como Folha Pimentense e Correio do Interior (RO), Voz do Povo (SP) e O Povo (ES). Depois de um tempo fora de Cacoal, retornei à esta terra abençoada no final de 1999, onde conciliei meu trabalho como assessor de imprensa de alguns órgãos de governo e depois de servidor público concursado com o de colunista da Tribuna Popular, onde escrevo até hoje este Papudiskina.
Embora 40 anos não seja um tempo tão grande na escala universal do tempo, se considerarmos que nossa galáxia tem alguns bilhões de anos, nesse lapso vimos muitas inovações tecnológicas praticamente desaparecerem para que outras surgissem. Algumas dessas tecnologias foram usadas por este colunista na Tribuna Popular como o telex e depois o fax. Também vimos a máquina de escrever ficar para escanteio e em lugar dela surgiu o computador. Sem muita relação direta com o jornal, também vimos surgir nesse período dispositivos que aparentemente seriam utilizados pelo fim dos séculos, de tão bons que eram, como os CDs, DVDs, Tocadores de Cd, DVD, Blu-Ray. Embora saibamos hoje o que isso seja, quem precisa deles? Outras coisas que não existiam na fundação da Tribuna Popular e que hoje fazem parte do cotidiano são a Internet, os smartphones, smartvs, tablets, notebooks, etc, coisas que de tão modernas até parecem contraditórias ao próprio idioma português, o que não soa muito agradável para nós, jornalistas, que nos afeiçoamos ao vernáculo e não gostamos muito de anglicismos e outros estrangeirismos mesclarem-se ao idioma de Camões.
Por falar em tecnologia, a Internet fez surgir uma diversidade de jornais e revistas online, que colocam em risco a continuidade do jornal impresso, mas a TP tem resistido até aqui, embora também tenha aderido aos novos tempos ao implantar o seu site www.tribunapopular.com.br em 05 de março de 2015.
Para encerrar, explico o título “40 anos de história dentro da história”. Tribuna Popular tem sua própria história à medida que foi testemunha viva da história deste pujante município de Cacoal e do Estado de Rondônia por divulgar eventos políticos, como eleições de vereadores, prefeitos, deputados, senadores, governadores e presidentes da República, mas também fatos do cotidiano. Alguns alegres, como casamentos, nascimentos e conquistas de nossa gente, mas também alguns fatos tristes como tragédias humanas que ocorreram nesse período. O que mais importa, contudo, é que a soma de todos os fatos é o crisol que forja a história de Cacoal, de Rondônia e do País da qual TP foi testemunha nesses 40 anos. Parabéns Tribuna Popular. Vida longa. Receba os cumprimentos deste que tem orgulho de também ser parte de sua história por quase 33 anos.
Daniel Oliveira da Paixão