👀 OLHO VIVO – TRAGÉDIAS SOBRE RODAS
Por Claudemiro Souza
Quando falamos em dirigir pelas ruas em nossa cidade, estado ou pelo Brasil afora, isso assusta até os condutores mais experientes, visto o caos que é nosso trânsito. Segurança nas vias é algo sério e que depende de muitos fatores. Infelizmente os maiores culpados pela situação calamitosa de nosso trânsito são os próprios usuários, motociclistas e motoristas.
Parte do problema vem das auto/moto-escolas, que não oferecem nada além da “decoreba” de leis de uma apostila e do método para superar um tosco exame prático. Isso faz com que o “aprendizado” real aconteça nas ruas, na prática, e a grande maioria, do iniciante ao guidão de uma motoneta ao experiente motorista da carreta, dê prioridade à habilidade em conduzir. As boas práticas ao guidão ou ao volante, o respeito à s regras e a civilidade acabam sempre em segundo plano, infelizmente.
Não é exagero dizer que a transgressão é a regra em nosso trânsito.
Seja com guidão ou volante nas mãos, a selvageria de nossas ruas demanda habilidade, mas o que sobra de perÃcia, falta em respeito à s leis e civilidade. Ou seja, falta educação.
Ser um dos paÃses com o trânsito mais violento do planeta é pura mostra de nosso subdesenvolvimento sobre rodas, onde motorista reclama do motociclista e vice-versa, e ninguém tem razão pois todos acabam transgredindo.
A velocidade com a qual as motos circulam é excessiva e insana assim como são inadequadas algumas práticas utilizadas entre os motoristas, por exemplo, mudar de faixa de rolamento de forma frequente e abrupta e considerar dar sinal algo desimportante, dirigir na faixa da esquerda lentamente e não dar passagem para quem vem atrás, práticas corriqueiras no dia a dia.
Outro problema é a manutenção de veÃculos no Brasil, em geral deixa a desejar. Lacrar os vidros de automóveis de pelÃculas escurecedoras extremas é uma barbaridade equivalente ao uso indiscriminado de telefones celulares ou à recusa dos motociclistas de desacelerar para dar passagem a quem quer que seja. Some-se tudo isso e está feito o caos…
Neste cenário assustador, apontar o dedo para um ou outro grupo como sendo grande culpado é no mÃnimo injusto. Motociclistas brasileiros se arriscam perigosamente e automobilistas ignoram o básico preceito de segurança viária no qual o maior (veÃculo) deve ter cuidado com o menor.
Se nas estatÃsticas das vÃtimas de nosso trânsito comparecem mais motociclistas do que automobilistas isso não pode induzir a uma automática e injusta conclusão de que os bandidos estão sobre duas rodas enquanto os mocinhos são os encapsulados em seus carros. Há de se ter consciência que o problema da insegurança no trânsito é responsabilidade de todos, e só terá fim quando houver respeito mútuo e uma radical mudança de comportamento.