Cacoal/RO, 23 de abril de 2024 – 12:02
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23 de abril de 2024 – 12:02

Coluna do Xavier – CACOAL: A VILA OLÍMPICA, AS CASINHAS E AS QUIMERAS…

 


Os contribuintes de Cacoal certamente já estão muito acostumados com as promessas de campanha que surgem, todos os anos em que há eleições, com a clara intenção de angariar votos e sem nenhuma preocupação com o eleitor que sai de casa para depositar o voto nos autores de tais promessas ou em seus apaniguados políticos. A metodologia é sempre a mesma e as obras inacabadas ou que nunca saíram do papel também são sempre as mesmas. A impressão que fica é a de que os candidatos gostam de brincar de prometer obras; e os eleitores gostam, mais ainda, de serem enganados. Em termos de obras ou serviços prometidos aos cacoalenses, e não cumpridos, nenhum município de Rondônia tem folclore mais diversificado…

Assim, e considerando que haverá eleições este ano, vamos lembrar aos nossos leitores de algumas lorotas bem conhecidas do contribuinte obediano: a “reforma” da rodoviária pode não ser a campeã, mas já foi prometida tantas vezes, que nenhum eleitor conseguiria lembrar. Entretanto, uma busca rápida nas redes sociais dos políticos que pediram votos em Cacoal prometendo essa obra, nos últimos 10 ou 15 anos, mostra a dimensão dos fatos. A história se repete com Vila Olímpica e talvez a diferença esteja apenas no recheio, porque, os vereadores de Cacoal doaram a metade do terreno para a “construção” do Complexo da Segurança Pública, que seria edificado no local para abrigar todos os órgãos da Polícia Civil e cuja construção geraria centenas de empregos. Tudo papo furado!!! Até hoje, a obra da Vila Olímpica segue abandonada, sem previsão de conclusão, e ninguém nunca mais teve notícias sobre o Complexo da Segurança Pública, que virou obra inacabada, sem nunca ter existido sequer as sapatas ou baldrames. Tudo se resume às quimeras do imaginário político e eleitoral de Nossa Urbe Obediana, decantada como Nossa Amada Cacoal no hino do município.

O leitor bem sabe que a história das obras de ficção não para por aí. Na lista, consta a obra das casinhas do Vale Verde, que também já elegeu várias pessoas; enquanto as famílias contempladas seguem esperando, sem nenhuma previsão, pela entrega das casinhas. Com certeza, aquela obra inacabada voltará aos palanques este ano e vai eleger mais políticos ou apaniguados. A fé do eleitor cacoalense é tão inabalável que as promessas partem sempre dos mesmos políticos, mas o eleitor acredita e segue votando neles. As casinhas do Vale Verde são apenas mais um item nos discursos vazios do folclore político local e das quimeras eleitorais obedianas. E tem mais!! Lembram da obra do Hospital Municipal de Cacoal?? Pois, é ! Mais um artigo de luxo nos palanques cacoalenses. Talvez nem valha a pena citar o “Corujão do SUS”, porque esta promessa virou a Viúva Porcina das promessas de campanha na Capital do Café… Para o eleitor de pouca idade, vale esclarecer que a Viúva Porcina foi a personagem principal de Dias Gomes na novela “Roque Santeiro”, exibida pela Globo entre os anos de de 85 e 86. Ela se dizia viúva, sem nunca ter sido de fato. E Roque Santeiro jamais fora santo…

As grandes obras e as de porte menor são tratadas nos palanques obedianos com a mesma dimensão de descaso. Basta procurar saber, por exemplo, sobre a antena de Divinópolis e a “climatização” do Feirão do Produtor. No caso da antena, ela foi tão mal instalada que não é possível fazer uma ligação para pessoas que residem 500 ou 600 metros. Com relação à “climatização” do Feirão do Produtor, é um verdadeiro escárnio chamar aquilo de climatização. E não nos esqueçamos da reforma da escola José de Almeida. Uma pequena parte da escola foi “reinaugurada” apenas para manter a liturgia do barulho eleitoral, mas a maior parte da obra não tem nenhuma previsão de conclusão.

E quanto às pontes dos rios Pirarara e Machado? O barulho de “inauguração” da ordem de serviço seguiu o mesmo ritual de outros projetos, mas a rapidez com que as obras foram abandonadas é algo impressionante. A julgar pelo andamento da situação, não será nenhuma novidade a inclusão dessas pontes no folclore das quimeras de obras inacabadas em Nossa Urbe Obediana. Assim, o contribuinte obediano precisa acordar desse pesadelo de eleger e reeleger políticos de estimação em Cacoal, desse tipo que produz apenas barulho de carroça vazia. Diversas cidades rondonienses de tamanhos semelhantes a Cacoal crescem a cada ano e não possuem essa tradição de obras inacabadas ou promessas de recursos que nunca passaram de estelionato eleitoral. Precisamos aguardar o mês de outubro, para saber se o eleitor vai alimentar as quimeras, mas, até lá, muita água ainda vai rolar no local onde hoje existe apenas a expectativa de ter as pontes tão desejadas pelas pessoas que sofrem com as costumeiras enchentes em Nossa Urbe Obediana… Tenho dito!!!!!

FRANCISCO XAVIER GOMES – Professor da Rede Estadual e Articulista

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