Cacoal/RO, 7 de maio de 2024 – 23:11
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7 de maio de 2024 – 23:11

Coluna do Xavier – CACOAL: OS ADEREÇOS, AS FANTASIAS E O ORÇAMENTO PÚBLICO…

*Por Francisco Xavier Gomes

 

CACOAL: OS ADEREÇOS, AS FANTASIAS E O ORÇAMENTO PÚBLICO…

O estado de Rondônia viveu, nos últimos dias, uma intensa discussão relacionada com a posição covarde, traiçoeira e indigna da Assembleia Legislativa do estado, em função da aprovação do projeto de lei que aumenta significativamente a alíquota de ICMS em nosso estado. Muitos eleitores, os mais ingênuos, acreditam que tudo não passou de um pequeno deslize. Claro que não!! A Assembleia Legislativa de Rondônia tem uma prática rotineira no sentido de legislar contra a população. O problema é que muitos eleitores não se importam com os prejuízos que os deputados estaduais causam ao estado; porque, para muita gente, o que importa é entronizar políticos e espalhar muitas mentiras pregadas por eles, com o claro intuito de ampliar o número de puxa sacos e criar caminhos para se manter no poder, com a única finalidade de defender seus próprios interesses. Essa prática de idolatrar políticos, sem procurar saber da realidade dos fatos, é alimentada principalmente por vereadores e outros capachos eleitorais que são controlados por deputados em todos os municípios do estado…

Uma estratégia muito comum usada pelos deputados é mentir que conseguem milhões de reais para os municípios todos os anos, através de emendas. Mentira deslavada!!! Mas as pessoas acreditam, porque desconhecem completamente como funcionam os procedimentos de pedidos e liberações de emendas parlamentares no estado. Até mesmo os deputados que assumiram o mandato em janeiro conseguem, com muita facilidade, colocar na cabeça de bagre de milhares de eleitores que eles conseguiram muitas emendas para os municípios. Qualquer pessoa minimamente esclarecida sabe que isso não é verdade. Na realidade, os deputados se vendem ao governo e utilizam manobras sorrateiras para engrupir eleitores néscios. Deputados que estão no primeiro ano de mandato, por razões orçamentárias muito óbvias, não possuem emendas, porque as emendas dependem exclusivamente de aprovação no orçamento.  Então, quem assumiu o mandato em janeiro deste ano não votou o orçamento no ano passado e nem solicitou emendas. E de onde vêm esses recursos utilizados para enganar pessoas no interior do estado? São pedidos de emendas de deputados que já deixaram o mandato e cujas emendas tinham destinos completamente diferentes. Para comprar os deputados, o governo muda a finalidade e os deputados vão para o interior, vendidos, dizer que arrumaram recursos.

Isso custa caro para os deputados e para os contribuintes, logicamente, porque os deputados passam a ser totalmente controlados pelo governo e passam a votar sempre como determina o governo, em todas as matérias. O caso do ICMS é prova clara dessa relação promíscua entre os poderes. Outro mecanismo muito utilizado é a nomeação de pessoas sem nenhuma qualificação em diversos setores do serviço público, a pedido dos deputados e com a clara finalidade de alimentar cabos eleitorais, em detrimento da população. Algumas pessoas completamente desinformadas chegaram a dizer, durante as discussões nas redes sociais acerca do ICMS, que “o mais importante são os recursos que os deputados trazem para os municípios”. Que ideia tola!! Quanta desinformação!!! Os prejuízos causados ao povo de Rondônia, com a aprovação do projeto do ICMS, são incalculáveis e os deputados sabem disso. Essas ditas “emendas” que eles mentem que conseguiram são apenas adereços medíocres para alimentar as fantasias de eleitores estúpidos. Muito mais estúpidos são aqueles que vão contestar as opiniões aqui registradas, dizendo que é injustiça contra os pobres deputados. Isso prova a ignorância, a tolice e a vontade de serem enganados. Os vereadores que batem no peito e dizem na tribuna que viajam para buscar recursos são igualmente desonestos. Isso não tem absolutamente nada a ver com mandatos mirins. Sempre que algum vereador disser que determinado recurso chegou ao município por pedido ou interferência dele, três coisas estão configuradas: ou ele não sabe como os recursos chegam ao município; ou tenta enganar as pessoas desinformadas; ou não sabe o que é um mandato de vereador. É óbvio que os deputados e o governo não têm nenhum interesse de dizer que os vereadores que fazem isso estão mentindo, porque, assim, perdem cabos eleitorais.

Essa prática de mentiras coletivas e viciantes comprova a falta de cursos, palestras e seminários para esclarecer como os recursos públicos chegam aos municípios. E existem vereadores tão caras de pau, a ponto de acusar os colegas de “nunca terem trazido recursos para a cidade”.  Esse tipo de declaração ilude muitos incautos e alimenta todas as fantasias que existem na cabeça e no coração daqueles que adoram ser enganados pelos adereços políticos. Por esse motivo, é sempre muito difícil combater as mentiras e ilusões criadas por políticos que se especializam em fazer fotos e vídeos, tentando tirar proveito de benefícios que chegam ao eleitor comum, simples e desatento pela via do orçamento público e que, muitas vezes, nada tem a ver com a atuação de nenhum deputado. É por isso, e outros motivos, que muitas pessoas dirão que este texto comete injustiça contra os ilibados deputados. Mas as pessoas que vão dizer isso não sabem sequer o que significa um PPA, uma LDO, uma LOA…

Infelizmente, os adereços e fantasias vão continuar, por muito tempo, no imaginário político daqueles eleitores que abandonaram os estudos sobre a estrutura e funcionamento do estado, mas se declaram profundos conhecedores da máquina pública e das ciências políticas. E os deputados, claro, vão aplaudir os eleitores que  discordarem das opiniões aqui registradas, porque eles querem seguir usando todos os adereços políticos que servem para fazer a plebe ignara vibrar, enquanto o ICMS e outras armadilhas covardes são engendradas contra a inépcia daqueles que nasceram para venerar adereços e alimentar fantasias… Tenho dito!!!

*FRANCISCO XAVIER GOMES – Professor da Rede Estadual e Jornalista

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