Cacoal/RO, 18 de maio de 2024 – 05:51
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18 de maio de 2024 – 05:51

Coluna Boca Maldita – OBRAS FOLCLÓRICAS (06/04/2024)

 

FÚRIA CANDIDATO

Esta semana, o prefeito Adailton Fúria reuniu amigos, aliados políticos e servidores (em sua maioria comissionados), no auditório da Câmara Municipal, para anunciar que é pré-candidato à reeleição. Presentes ao evento, alguns deputados estaduais, federais e ex-deputados, como o caso de Expedito Junior, que já não era mais lembrado há alguns anos. O anúncio não causou nenhuma novidade, porque o prefeito já vinha se movimentando há vários meses para organizar o lançamento de seu nome para tentar a reeleição. O curioso foi a festa que o atual prefeito fez para o deputado Laerte Gomes, que veio ao município, em uma de suas raras visitas à Capital do Café. Laerte Gomes pode até ser um grande aliado político do prefeito de Cacoal, mas é um deputado que a população do município nem lembra que existe, porque não se tem notícias de nenhuma grande ajuda dada por ele a Cacoal. O próprio prefeito declarou em seu discurso que não tinha nenhuma simpatia por Laerte Gomes e que virou amigo no período em que ficou dois anos na Assembleia Legislativa de Rondônia. Depois de ser tão festejado em Cacoal, já que pertence ao mesmo partido do prefeito, o deputado Laerte bem que poderia tentar justificar os quase 200 votos que teve em Cacoal nas eleições de 2022 e fazer alguma coisa pela cidade.

 

OBRAS FOLCLÓRICAS

Os vereadores que fazem parte da base aliada do prefeito Adailton Fúria parecem ter sentido as cobranças que a população faz, em função de algumas obras anunciadas que nunca iniciaram e também aquelas que estão paralisadas. Na última sessão ordinária da Câmara de Cacoal, diversos vereadores do grupo do prefeito subiram à tribuna para prometer que a obra da rua Uirapuru será feita e que a reforma da rodoviária também acontecerá. Como a desculpa é sempre a natureza, o vereador Paulinho do Cinema declarou que o período de chuva ainda não permite fazer as obras da rua Uirapuru, mas o empresário responsável pela obra prometeu que vai fazer e que não tem interesse em ganhar dinheiro aditivo, porque o maior interesse é atender a população. O problema é que ninguém consegue lembrar mais quantas vezes essa obra foi prometida e acreditar nessa história de que a empresa quer fazer a obra por amor à população é bem complicado. No momento em que o vereador fazia o discurso, uma senhora que estava na plateia declarou: “a campanha eleitoral começou de novo”. Na atual administração, a obra da rua Uirapuru já foi prometida tantas vezes que virou lenda.

 

REFORMA DA RODOVIÁRIA

Na mesma ocasião, o vereador prometeu que a obra de reforma da rodoviária de Cacoal também será feita. Há vários anos, a conversa é exatamente a mesma. Quando se aproxima o período eleitoral, os discursos de campanha se voltam para a reforma da rodoviária. Como os vereadores precisam dizer alguma coisa para a população, claro que a reforma da rodoviária não pode ficar fora das promessas, porque é tradição em anos eleitorais. Quando passar a campanha, a história será que a chuva não vai deixar a reforma começar e que a obra será iniciada no verão de 2025. A essa altura, nem os vereadores da base do prefeito acreditam nessa história, tanto que em seu discurso o vereador não fez nenhuma previsão de data, apenas prometeu a obra, como já foi prometida tantas outras vezes. As pessoas que trabalham ou utilizam a rodoviária para viajar já sabem que as promessas são parte do folclore político de Cacoal. Ao que tudo indica, nossos vereadores precisam renovar seu estoque de promessas e mudar o foco. Quem sabe uma boa saída seria prometer trazer a Disneylândia para Cacoal ou transformar a cidade na Veneza italiana, utilizando as enchentes dos rios do município. Essas promessas também não seriam cumpridas, mas seriam novidades.

 

GUARDA MUNICIPAL

Falando em promessas de campanha, a Guarda Municipal prometida centenas de vezes pelo vereador Edimar Kapiche também era somente uma brincadeirinha. Kapichão das Demandas, como é conhecido o vereador nas redes sociais, prometeu aos vigilantes que eles seriam transformados em guardas municipais. A promessa foi feita na campanha eleitoral de 2020, mas nunca foi cumprida, porque é uma ilusão que não cabe no orçamento de Cacoal. O vereador já viajou a 10 ou 12 estados brasileiros com a desculpa de que teria ido buscar um modelo de Guarda Municipal para Cacoal. Os vigilantes que fazem parte da base eleitoral do vereador talvez acreditem mesmo que isso vai acontecer, mas dizem que o vereador Kapiche sabe que é apenas uma promessa de campanha. A dúvida é saber se a promessa vai funcionar na eleição desse ano, mas os vigilantes parecem ter certeza que é somente uma promessa.

 

CONCURSO PÚBLICO

A Guarda Municipal não é a única promessa que vai ficar no folclore político de Cacoal. Poucos dias atrás, quando foi cobrado pelo Ministério Público do estado sobre a legalidade das contratações na Prefeitura de Cacoal, o prefeito Adailton Fúria gravou um vídeo no mesmo dia em que recebeu a notificação do MP e prometeu que faria um concurso público no município. Antes de ser notificado, a conversa que circulava era que o mesmo Adailton Fúria dizia que não tinha interesse em fazer concurso, porque dava muito trabalho e burocracia. Depois, estranhamente parece que ele mudou de opinião e prometeu que faria o concurso público. Mas prometer as coisas não é nenhum problema na política. Os exemplos da Guarda Municipal e da rua Uirapuru provam que a população gosta de promessas. Tudo indica que o concurso público seguirá o mesmo caminho do Corujão do SUS.

 

CENTRO DO AUTISTA

A empresa que fornece profissionais especializados para o Centro do Autista ou para o CER enfrenta sérios problemas para lidar com a Prefeitura de Cacoal. O maior problema, como foi informado pelo vereador Paulo Henrique, na última sessão ordinária da Câmara de Cacoal, é que a prefeitura não paga corretamente a empresa e isso compromete a contratação de fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicólogos e também outras categorias de profissionais com a devida formação para atender pessoas com necessidades especiais. Durante a sessão, o vereador citou vários meses que estão com o pagamento em atraso e as informações foram confirmadas por representantes da empresa. Dessa maneira, não há como oferecer o atendimento adequado às pessoas que necessitam, porque a melhor maneira é contratar serviços das empresas, já que o município não dispõe de profissionais em número suficiente e não tem nenhuma previsão de realizar concurso público para as contratações. A vida das famílias que possuem pessoas autistas ou com outras necessidades não tem sido fácil, porque o atendimento especializado custa caro e nem todas as famílias possuem condições financeiras para isso. Situação realmente lamentável.

 

JANELA ELEITORAL

Na sexta-feira, 5 de abril, encerrou o prazo de 30 dias estabelecido pela legislação eleitoral para os vereadores mudarem de partidos, sem a possibilidade de perda do mandato. As conversas de bastidores e negociações foram intensas, porque os vereadores estavam desesperados em busca de abrigo partidário. A confusão era tão grande que algumas pessoas imaginam ser este fim de semana as convenções municipais, mas o prazo para as convenções será de 20 de julho a 5 de agosto. Nessa dança de mudanças de partidos, a maior vítima foi o PSB, partido histórico do Brasil. Em Cacoal, o presidente da sigla, Toninho do Jornal praticamente acabou com o partido, porque ele levou as principais lideranças do PSB de Cacoal para o partido do prefeito e outras lideranças resolveram abandonar a sigla. É pouco provável que o PSB consiga, com os filiados que sobraram, fazer uma lista de candidatos para a disputa desse ano. A situação do PSDB não foi muito diferente, já que o vereador Edimar Kapiche, que era o presidente, decidiu abandonar os tucanos e também foi para o partido do prefeito. Se o presidente abandonou, seria ilógico pensar que os tucanos terão candidatos no município.

 

ESTRATÉGIA DE CAMPANHA

O grupo político liderado pelo prefeito Adailton Fúria já estabeleceu algumas estratégias para a campanha desse ano e, dizem, uma delas é fazer duros ataques contra os vereadores da oposição. Assim, o prefeito e seus aliados resolveram, parece, que chegou a hora de se livrar de alguns servidores comissionados que não servem mais para eles. A estratégia é demitir os servidores comissionados e colocar a culpa na oposição, dizendo que a demissão foi um pedido dos vereadores da oposição. Essa estratégia tem tudo para dar errado, porque todo mundo sabe que os vereadores de oposição nunca foram ouvidos pela administração do prefeito Adailton Fúria. Além disso, cabe exclusivamente ao prefeito nomear e demitir servidores comissionados e a oposição não tem nenhuma interferência nisso. Claro que a mesma coisa não acontece com os vereadores da base aliada. Poucos dias atrás, o vereador Ezequiel Câmara, conhecido como Amendoim, usou a tribuna da Casa de Leis para dizer que é dele o cargo de chefia do PAM e que foi ele que pediu a nomeação da diretora. Amendoim disse, ainda, que ela ficará no cargo até quando ele decidir mudar, mas não tem interesse em fazer isso agora. O problema é que dizer que a oposição tem condições de pedir para nomear ou demitir servidores só cabe na cabeça do grupo do prefeito Adailton Fúria. O que falta a eles é a coragem para demitir os servidores e dizer que eles não servem mais, porque não podem garantir os votos que o grupo espera.

 

CANDIDATOS DE DEUS

Como estamos nos aproximando do período de campanha eleitoral, começaram a surgir os novos nomes que pretendem lutar por uma das cadeiras do legislativo em Cacoal. Nessa discussão que fica mais intensa a cada dia, alguns políticos oportunistas já começaram a mostrar a cara e eles vêm utilizando um discurso que pode enganar muita gente. Trata-se dos candidatos que se declaram ungidos por Deus. Nas redes sociais, vários deles já se manifestam e se apresentam como cristãos muito fervorosos, como verdadeiros representantes de Deus e como as únicas pessoas com capacidade para representar a população. Os eleitores precisam ficar atentos, porque esse tipo de político usa a bíblia e fala de Deus, sabendo que é um tema que atrai a atenção de muitas pessoas de boa fé. É necessário, porém, que o eleitor procure conhecer a ficha pessoal de vários políticos que fazem esse discurso, porque muitos deles possuem ficha muito suja, batem nas esposas, abandonam a família e agora se dizem candidatos de Deus. É claro que a cidade necessita, e muito da proteção divina, porque os problemas são incontáveis. Mas cair nessa conversa furada de políticos que usam a bíblia e a religião para ganhar votos é uma coisa que não pode acontecer. Aliás, essa prática não é nova em Cacoal e está na hora do eleitor cair na realidade.

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